Estamos vivendo semanas intensas, cheias de gatilho e, para alguns, novos paradigmas e significâncias. E com eles, nesta terça, surgiu o Blackout Tuesday, que acarretou em uma chuva de post de quadrado preto – para provocar respostas sobre o assassinato de George Floyd. Só que esta mesma onda está provocando esteticamente e politicamente o apagamento da pauta.

Compartilho aqui, com meus irmãos negros e pra esse levante de pessoas brancas que parecem ter finalmente entendido o que é racismo, um pouco do porquê e o que podemos fazer para mudar essa narrativa:

1) A iniciativa #BlackOutTuesday foi criado por grandes empresas da música como Atlantic Records, Sony/ATV, Sony Music, Warner Records e outras marcas envolvidas se engajaram, como Soundcloud, Spotify, Vevo e YouTube. A proposta é fazer uma espécie de paralização: interromper suas atividades de negócios em todo os EUA, visando provocar a responsabilização pela morte de George Floyd

2) A coisa se espalhou rápido quando blogueiros e influencers resolveram aderir e assim começa a onda de postagens de “quadrados pretos” nas redes sociais. O que na verdade, trai um dos motivos da manifestação inicialmente: provocar conscientização de todos sobre o caso.

3) Fundalmente, a ideia seria: pare de postar publi, divulgação, anuncio, foto de cachorro, selfies por um dia e poste sobre os protestos, o assassinato cruel de George Floyd e conteúdos que denunciem a violência policial racista. O quadrado preto, sem mais explicações, não cumpre esse objetivo.

4) Para a população negra, que esse tipo de conteúdo pode dar gatilho, ou mesmo reforçar narrativas negativas, também é indicado postar foto de pessaos pretas que são referências, memórias positivas, ou qualquer conteúdo que celebre usa existência.

É dia de apagão da “normose”, é dia de paralizar os negócios, dia de lembrar os corpos pretos tombados – não de postar um quadrado preto sem significado. É um dia normal da vida de uma pessoa preta.

#BlackOutTuesday