Avaliação positiva do governo cai 8 pontos em uma semana e Bolsonaro bate recorde de desaprovação, indica pesquisa
Rejeição pessoal e do governo sobem na última semana mas mostram que piora na avaliação é um processo crescente por causa das ações do presidente.
Bolsonaro caiu 8 pontos em popularidade na última semana, voltando a menor avaliação de ótimo e bom desde o começo do governo e batendo recorde de avaliação negativa: 41%
A avaliação ruim superou em 13 pontos a avaliação positiva. Dos 41% de avaliação negativa, 25 pontos são de “péssimo” e 16% de “ruim”. Apenas uma semana antes essas taxas eram respectivamente 19% e 15%.
Esses dados são coletados da pesquisa Ideia Big Data entre 28 e 29 de abril, por aplicativo de celular, onde realizou 1.609 entrevistas. Essa pesquisa acompanha semanalmente o governo e faz a avaliação desde 2019, sendo a que reune a maior série histórica e a que permite melhor acompanhar as oscilações do governo de forma contínua.
Depois de demitir dois ministros muito populares e fazer chacota da pandemia do coronavírus, Bolsonaro vai ficando cada vez mais distante da sua base. Mas sua descida veio acontecendo aos poucos, não apenas na última semana. São tuites, declarações, intervenções e atos que fizeram com que sua popularidade caísse e a desaprovação aumentasse.
Sua aprovação pessoal caiu em agosto de 2019 para 30% e nunca mais subiu. O governo tinha taxa de ótimo e bom de 40% mas sua aprovação não subiu, mostrando que as pessoas entendiam que o grupo todo fazia uma boa gestão mas o presidente não, apoiando-se na ideia de que seus gestores seriam sua base. Com a demissão dos ministros, as atitudes do presidente passaram a não ser mais aceitáveis por parte de seus próprios apoiadores, contaminando a popularidade do restante dos gestores. 58% das pessoas disseram que não confiam mais no governo Bolsonaro.
Nas classes mais baixas, a rejeição cresceu menos que nas mais altas. A medida que a crise econômica se aprofundar, pode ser mais difícil para Bolsonaro manter o apoio das classes mais baixas, além do aumento do número de mortes por conta do novo coronavírus, que pode fazer a população sentir mais o descaso do governo com a crise sanitária.
Com informações de Felippe Aníbal e José Roberto de Toledo para a Revista Piauí