Em meio a pandemia, governo aumenta limite de compra de munição para quem tem arma registrada
Portaria revoga outra publicada em janeiro, aumenta quantidade de munição que pode ser comprada por mês e especifica quantidades de cada calibre.
Em meio à crise sanitária do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro parece ter outras prioridades.
Em uma portaria publicada nesta quinta-feira, 23, no Diário Oficial, o presidente aumenta o limite de compra de munição para quem tem arma de fogo registrada para porte ou posse. O limite de 200 por ano passa a ser de 550 por mês para pessoas físicas.
A nova portaria revoga a publicada em janeiro deste ano e dá mais detalhes sobre a quantidade e especificação dos calibres, que previa previa 200 unidades de munição por ano para pessoas físicas e não especificava os calibres.
De acordo com as novas regras, o limite de compra por mês dos civis é 300 unidades munições esportiva calibre 22; 200 unidades de munição de caça e esportiva nos calibres 12, 16, 20, 24, 28, 32, 36 e 9.1mm; e até 50 das demais munições de calibre autorizados. Já para membros que trabalham a serviço da segurança pública, como policiais e integrantes das Forças Armadas, além dos mesmo limites estipulados para os civis e até 100 unidades das demais munições de calibre permitido, também será permitido a compra de até 50 unidades de munições de calibre restrito.
O Instituto Sou da Paz emitiu uma nota, onde fala da indignação pela atitude do presidente “O Instituto avalia que, em um país com aproximadamente 50 mil mortes cometidas com armas de fogo por ano e que atravessa uma pandemia que já tirou a vida de quase 3 mil brasileiros, a medida é um ato completamente descolado da realidade, das evidências científicas e também das prioridades da maioria da população que se posiciona contrária à ampliação do acesso a armas”, disse a entidade.