Lideranças políticas, artistas, acadêmicos, jornalistas e ativistas da América Latina, por meio do Centro Estratégico Latino-Americano de Geopolítica (CELAG), lançaram um documento reivindicando o abono da dívida dos países latino-americanos com organismos de crédito internacionais em razão do surto do novo coronavírus.

“Não podemos exigir que os países adotem políticas de saúde pública eficazes para lidar com a atual pandemia e, ao mesmo tempo, pretender que continuem cumprindo com suas obrigações da dívida”, afirma o manifesto. “Não podemos exigir que implementem políticas econômicas que compensem os danos dessa catástrofe, enquanto devem continuar pagando seus credores”.

Entre os signatários estão a ex-presidenta Dilma Rousseff e os ex-presidentes Rafael Correa (Equador), Fernando Lugo (Paraguai), Ernesto Samper (Colombia) e José Luis Zapatero (Espanha).

Um dos debates realizados entre as lideranças foi feito de forma aberta e virtual por meio de um conversatorio on-line organizado pelo Centro Estratégico Latinoamericano de Geopolítica. A instituição tem colaborado na articulação de poderes e incidência política para adesão do manifesto, recolhendo um milhão de assinaturas.

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Até mesmo Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial pediram aos acionistas bilaterais dos países mais pobres que “congelem o reembolso de dívidas” para que estes possam liberar o valor desses pagamentos para combater a pandemia de coronavírus.

As lideranças pedem mais que isso: o perdão permanente da dívida de todos os países latino-americanos. Eles tomam como referencia um dos exemplos mais conhecidos, quando a Alemanha foi devastada na Segunda Guerra Mundial. Na Conferência de Londres de 1953, concordou-se em perdoar quantias substanciais da dívida alemã.