Nesse último mês a produtora PorqueEu Filmes em parceria com a Mídia NINJA e a Xepa Ativismo lançaram a websérie: AGRO. Em 21 episódios postados diariamente em nossas plataformas a websérie busca apresentar a lógica por trás dos tenebrosos avanços da agricultura extensiva, o uso de agrotóxico em nossas mesas e o avanço da bancada ruralista dentro do governo federal.

A obra foi dedicada a Professora Ana Maria Primavesi (1920-2020) – referência mundial em agroecologia e pioneira do tema no Brasil.

Assista todos os episódios!

Jeca Tatu é a representação brasileira de um marco divisório entre dois mundos: o mundo rural arcaico e atrasado; e o mundo moderno, urbano e industrial, representado como o novo o modelo de ideal de civilização.  Jeca Tatu, homem da terra, agricultor, sempre foi retratado na história brasileira  com uma figura ignorante em busca civilização.

Conheçam Edilson Cazeloto, jornalista, professor universitário e proprietário do Sítio Pau D’água.O Sitío é a sede do Centro Coletivo de Cultura Pau Dágua (CCCP) e está localizado na zona rural da cidade de Piracaia, em São Paulo, a 90 km da capital. É uma das referências no desenvolvimento e disseminação de saberes nas áreas de bioconstrução, permacultura, agroecologia, saúde integral e cultura popular no Brasil

Conheçam a horta comunitária Cores e Sabores do Capão Redondo!
A horta Cores e Sabores existe há aproximadamente cinco anos e é usada diariamente na educação alimentar e ambiental de diversas crianças no bairro do Capão Redondo, zona sul de São Paulo.

A expressão “pessoa cartesiana” é usada para caracterizar uma pessoa inflexível, que pensa e age sempre da mesma forma.
A mente cartesiana é egocêntrica e quando pensa no outro sua avaliação é sempre sobre a vantagem que poderá obter da situação.

Quando foi  que decidimos que salada boa é feita com alface e tomate, e não com dente-de-leão ou beldroega?  Enquanto não  investirmos em  diversificar aquilo que comemos nós estaremos incentivando a monocultura.

Elas parecem apenas mato, mas são nutritivas e podem ficar deliciosas em diversos pratos.  As Plantas Alimentícias Não-Convencionais (PANCs) são foco desse episódio de hoje.

O agronegócio ocupa papel de protagonismo na sociedade brasileira. Por um lado, chamam a atenção os resultados do setor, que tem sido o fiador da balança comercial do país e um importante pilar do Produto Interno Bruto (PIB), o que se sobressai ainda mais num período de crise. Esse prestígio, porém, murcha quando o foco se volta para a preocupação ambiental e o respeito aos direitos trabalhistas.

O  modelo de agricultura convencional está condenado. Trouxe e continua trazendo uma série de conseqüências para os agricultores familiares, bem como para os consumidores e para o meio ambiente. As conseqüências desse  modelo de produção  são a destruição das terras agricultáveis, perda da fertilidade natural do solo, aumento no número de pragas e doenças das plantas cultivadas, poluição das águas, do solo, do ar, plantas, animais e do próprio homem pelo uso abusivo dos agrotóxicos e outros insumos químicos.

O lobby do agronegócio no Brasil é institucionalizado. A bancada ruralista, ou Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), é uma das maiores e mais atuantes bancadas da Câmara dos Deputados, formada por mais de 200 deputados federais de diversos partidos.
Eles representam os interesses dos grandes produtores rurais e latifundiários. Costumam articular-se para pautar assuntos da agenda política a ser discutida na Câmara e votar em peso temas de seu interesse

Está claro que hoje a Bancada Ruralista está no poder mais do que em qualquer outro período da história recente brasileira. É uma das principais bancadas do Congresso, com 285 deputados e a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) tem aumentado seu poder significativamente junto ao Palácio do Planalto.Tem muita coisa em jogo na mão dessa galera!

Desde 2016, a população brasileira assiste a uma desenfreada e crescente onda de liberação de novos aditivos químico que envenenam seu prato, que adoecem seu corpo e destroem o meio ambiente. Em 2019 chegamos ao ápice dessa crescente, atingindo a marca de 474 substâncias liberadas no primeiro ano de governo Bolsonaro.

Os transgênicos são alimentos geneticamente modificados, e protegidos por patentes. Os agricultores precisam pagar uma taxa extra para cultivá-los. Isso cria uma dependência porque as empresas químicas desenvolvem as sementes pensando em protegê-las dos agrotóxicos que elas também desenvolveram. Atualmente, o Brasil é o segundo maior produtor de transgênicos do planeta. Aproximadamente 94% da soja e 84% do milho cultivados no território são transgênicos.

Revolução Cinza (mais conhecida com Revolução Verde),  marca um período de grandes mudanças na forma pela qual a produção agrícola é vista no mundo. Embora seu nome denote uma revolução na questão ambiental, ela não foi exclusivamente positiva, pois trouxe inúmeros problemas, afetando em muito a natureza.

O uso indiscriminado de agrotóxicos  está causando doenças nas plantas, reduzindo a biodiversidade do solo e ecossistema como um todo! O solo das regiões onde se pratica agricultura é frequentemente exposto aos agrotóxicos. Capaz de reter grande quantidade de contaminantes, com o tempo, o solo fica fragilizado e com sua fertilidade reduzida, e os agrotóxicos podem também desencadear a morte de micorrizas, diminuir a biodiversidade do solo, ocasionar acidez, entre outros problemas.

Nos últimos anos, uma verdadeira batalha está sendo travada no Congresso Nacional com fortalecimento da bancada ruralista em busca de privilegiar os grandes proprietários de terra e desestruturar a agricultura familiar e orgânica brasileira, evitando assim que os produtos orgânicos apresentem-se como alternativa de alimentação saudável para população brasileira e permitindo que o envenenamento em massa de nossos pratos avance a passos largos.

A Agroecologia se configura, atualmente, como ciência, prática e movimento social. Sua construção encontra-se vinculada a um amplo projeto de transfor- mação das formas de produção, processamento, distribuição e consumo presentes no atual sistema agroalimentar. Seus princípios e práticas possuem uma longa trajetória de enraizamento nos modos de vida dos camponeses, povos indígenas e comunidades tradicionais nas mais diferentes partes do mundo.

A agricultura convencional, baseada no veneno e em produtos químicos é indispensável para suprir a alimentação da população brasileira !? Não!
Hoje já temos pesquisas muito bem fundamentadas mostrando que a produtividade por hectares de algumas formas de plantio agroecológico é equivalente e as vezes superior da agronegócio tradicional. Enquanto o agronegócio destrói o meio ambiente, a agroecologia não utiliza produtos químicos, recicla totalmente seus componentes e prioriza o desenvolvimento da diversidade genética no espaço agrário.

 

Sistemas Agroflorestais (SAF) também conhecidos como Agrofloresta, é uma forma de uso da terra que combina a produção de culturas agrícolas e ou animais, com espécies florestais, simultaneamente ou em sequência, na mesma área. Busca conciliar o aumento de produtividade e rentabilidade econômica com a proteção ambiental e a melhoria da qualidade de vida das populações rurais.

Com a globalização e a difusão dos meios de produção tudo virou “macro”. Roupas, carros, utensílios e principalmente alimentos são produzidos em larga escala e distribuídos para todas as regiões do planeta. E apesar de não parecer, esse tipo de distribuição esconde vários perigos.Além de estar contaminada com diversos tipos de agrotóxicos, essa comida é transportada por centenas de quilômetros, lançando toneladas de gases nocivos no meio ambiente.

Em seu último episódio a websérie aborda o Consumo Consciente como a principal saída para evitar escassez de recursos do nosso planeta. A humanidade já consome 30% mais recursos naturais do que a capacidade de renovação da Terra. Se os padrões de consumo e produção se mantiverem no atual patamar, em menos de 50 anos serão necessários dois planetas Terra para atender nossas necessidades de água, energia e alimentos.”