Carta a Raull Santiago
Poderia enviar uma mensagem direta por WhatsApp, ou em algum dos grupos que participamos juntos, mas decidi usar minha coluna, aqui, para tornar pública uma carta a Raull Santiago, um dos mais importantes ativistas periféricos da última década.
Poderia enviar uma mensagem direta por WhatsApp, ou em algum dos grupos que participamos juntos, mas decidi usar minha coluna, aqui, para tornar pública uma carta a Raull Santiago, um dos mais importantes ativistas periféricos da última década.
(Se você não sabe quem é Raull, procure saber. Pesquisa, sim. Siga, leia e ouça uma de nossas vozes mais necessárias em tempos tão violentos como esse).
Irmão, me dirijo a você, para lembrar do meu respeito e admiração por sua existência e atitute de compromisso, no mundo.
Saúdo sua nova idade, desejando que o ano que se inicia seja mais generoso, não só para você, pois uma das suas marcas é sua ação pela nossa comunidade, para uma sociedade mais humanizada, ética e comprometida com o enfrentamento das violências sociais. Logo, desejo um mundo mais acolhedor, onde caiba o projeto de sociedade justa que desejamos.
Não temos dúvidas sobre a importância do seu trabalho para uma garantir uma comunicação que amplie os gritos, as denúncias das desigualdades, e que também notícia as potências, em nossas comunidades. Eu desejo que você tenha força para continuar pelos próximos 30 anos.
Essa também é uma carta de agradecimento, além de compartilhar com o mundo que a sua atuação colabora para a redução das desigualdades. São pessoas como vocês que torna o mundo mais esperançoso, e sua presença incisiva garante o eco de vozes silenciadas, por um processo de marginalização do problema e de constante criminalização de corpos pretos periféricos. Eu escrevo para dizer que você é necessário e peço a quem me guia que a tirania de Estado cruel nunca mais ouse interromper sua voz.
Essa carta é sobre agradecer, e também é para lembrar que não retrocederemos.
Também é para contar a cada pessoa que me lê, o quanto é cruel um Estado que violenta agentes da transformação social, enquanto deixam uma comunidade, pois a única leitura que podem fazer de gente da gente é a criminalizada.
Raull, sinto muito que nós ainda precisemos enfrentar esse tipo de repressão de um Estado genocida, que trabalha para nos silenciar. E, por outro lado, sinto uma grande alegria em saber que você resiste, e coloca seu corpo, intelecto e trajetória a serviço de um projeto de mudança do país.
Mudaremos essa realidade. Eu não tenho dúvidas.
Te amo, meu irmão. Obrigado por se manter, sabendo que não está só.
Você é necessário! Você é um gigante foda!
Feliz Aniversário, irmão! E que o jantar de comemoração, com sua família, tenha sido maravilhoso. Vocês merecem!
Meu sincero abraço e reverências.