“Devemos o progresso aos insatisfeitos”

Li isso esses dias em um cartaz de protesto e foi algo que mexeu comigo. Essa semana o assunto que paira no ar, nos lábios e nas timelines é a greve geral do dia 28.

E como qualquer tópico na internet, todo mundo tem uma opinião.

“Mas quem tá convocando essa greve é a CUT, não é?”
“É coisa de sindicalista com medo de perder o imposto sindical. O que eu tenho a ver com isso?”
“A Greve do dia 28 é coisa de vagabundo!”, berra em letras garrafais o cartaz do MBL.

Posters, ilustrações, tipografia em caixa alta, gifs – contra ou favor. O design sempre andou de mãos dadas com a resistência.

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Cartazes retirados do livro “Os cartazes desta história”, parte do projeto “Resistir é Preciso”

O dia 1 de maio é a data mais importante e simbólica para reivindicar melhores condições de emprego, salário, aposentadoria, direitos básicos. Principalmente as vésperas da aprovação da reforma da Previdência. A greve geral do 1 de maio é um movimento centenário, que sempre teve o design como ponto de apoio.

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Foi aí que pensei em contar na coluna dessa semana um pouco da história do design e do seu papel histórico e social. Mas caí em mim a tempo de perceber que a palavra mágica a aqui não é design, é empatia.

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A classe média em crise, porém ainda muito confortável, se coloca em uma redoma instalada há quilômetros de distância de operários “chão-de-fábrica”, dos sindicalistas, dos que ocupam por falta de lugar para morar. Como a flecha certeira da fala do Guilherme Boulos nesse vídeo. “Ninguém vai com os filhos para um barraco de lona por opção”.

Assim como ocupação não é coisa de vagabundo, a greve não é coisa de vagabundo.
Empatia é o que nos falta na hora de entender que somos todos parte dos 99%.

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E aí me lembrei de outro cartaz que visto em um protesto.

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Ele diz: “Se você não está puto, você não está prestando atenção.”
E se você está puto com quem está puto, talvez seja a hora de refletir sobre empatia e o sobre o coletivo.

Deixo por fim alguns cartazes feitos nas mais diversas circunstâncias, em vários lugares do mundo, para inspirar e para lembrar sobre a empatia que devemos ter com os insatisfeitos que lutam.

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“Eu sou um homem” – Poster empunhado por 1.300 trabalhadores negros do saneamento em Memphis (sul dos EUA), em protesto contra as más condições de trabalho e baixos salários.

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“Nós temos o poder”

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Trabalhadores franceses e imigrantes unidos

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“Lute como uma garota”

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“Uma ideia não pode ser destruída”

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“Permita que a igualdade floresça”

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“Poder para o povo”