RIO DE JANEIRO — As ruas do Zona Norte do Rio acordaram sob fortes protestos de estudantes, pais e professores de escolas e institutos federais durante a visita de Jair Bolsonaro ao Colégio Militar do Rio de Janeiro, onde o presidente participou de uma cerimônia comemorativa pelos 130 anos da escola.

Centenas de manifestantes colocaram suas vozes nas ruas para reivindicar seus direitos frente os últimos pronunciamentos de Abraham Weintraub, ministro da Educação, que reforçam o desmonte da pasta e diminuição de oportunidade para milhões de jovens das classes mais baixas, os alvos principais desta medida.

A mobilização foi diversa e contou com a presença de estudantes do Colégio Pedro II, instituto Federal de Ciência e Tecnologia (IFRJ), do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ), da Fundação Osório e do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CAp-UFRJ).

Recentemente, o Colégio Pedro II e o Instituto Federal de Ciência e Tecnologia tiveram as dotações orçamentárias bloqueadas pelo Governo Federal. Em nota, a diretoria do CPII afirmou que o corte de 36,37% é tão grande que terá “implicações devastadoras” e “consequências para a manutenção” da instituição.

DE ONDE VEIO A REAÇÃO?

Na última semana, o atual ministro da educação anunciou que as universidades que tiveram maior relação com os movimentos sociais e realizaram eventos que provocavam discussões políticas e sociais como o Fórum Social Mundial ou a Bienal da UNE, seriam os alvos principais deste desmonte. Três universidades tiveram repasses reduzidos: a Universidade de Brasília — UnB, a Universidade Federal Fluminense — UFF e a Universidade Federal da Bahia — UFBA e logo na sequência Weintraub estendeu o corte para todas as universidades federais do país.

A Universidade Federal da Bahia — UFBA teve R$ 37,3 milhões bloqueados MEC após decisão do ministro. Na UFF, o corte é de R$ 45 milhões. A UnB ainda não divulgou valores relacionados ao corte.

HISTÓRICO DESASTROSO

Antes dos pronunciamentos do novo ministro da Educação, quem estava a frente da pasta era Ricardo Vélez Rodríguez, que durante sua gestão também demonstrou imenso despreparo e desde o início mencionava “reequilibrar” os orçamentos. Em uma declaração também abordando o tema das universidades, disse que para ele “a ideia de universidade para todos não existe” e ainda que “as universidades devem ficar reservadas para uma elite intelectual, que não é a mesma elite econômica [do país]”.

Confira a cobertura:

Foto: Reprodução

Foto: Guilherme Silva

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