Entenda a questão do acordo com os EUA sobre a Base de Alcântara debatida hoje na Câmara
O MInistro de Ciência e tecnologia, Marcos Pontes está em audiência pública com deputados federais em Brasília falando sobre a Base de Alcântara e o acordo de Bolsonaro com os EUA
No último mês, Bolsonaro assinou nos Estados Unidos um documento que viabiliza o uso comercial do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). O texto libera a atuação dos EUA em Alcântara. Em 2000, o então presidente Fernando Henrique Cardoso tentou fazer esse acordo, mas foi rejeitado no Congresso pois os parlamentares afirmaram que fere a soberania nacional.
Alcântara é uma das bases mais bem localizadas do mundo. Está a dois graus da Linha do Equador: a velocidade de rotação da Terra ali é maior. Estima-se que um veículo gaste até 30% menos combustível partindo dali.
O acordo cria “áreas restritas”, onde serão manipuladas as tecnologias americanas. O acesso a esses locais específicos será permitido pelo Brasil somente a pessoas autorizadas pelo governo americano.
Nele também não está explicitamente proibido pros Estados Unidos fazer uso militar da base. Além disso o acordo na prática excluiria a possibilidade de ter outros acordos de uso com países como a China, que não pertence ao grupo que compõe o Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis, com 35 países.
Não para por aí – a ampliação do complexo pode prejudicar comunidades locais. Quando o CLA foi criado, em 1983, mais de 300 famílias de 24 comunidades foram retiradas de suas casas.
Porém, ainda não se sabe como o acordo vai ser implementado. A proposta deve ser aprovada pela Câmara, que rejeitou a mesma ação em 2000, como explicado anteriormente.
Segundo revelações do Wikileaks em 2011, O governo dos EUA sempre fez questão de impedir a produção de foguetes brasileiros. No documento vazado, um telegrama enviado pelo Departamento de Estado dos EUA a sua embaixada em Brasília, ressaltando a importância de garantir que a Ucrânia, nossa então parceira espacial, não transferisse tecnologia para a construção de foguetes. Historicamente, esse desencorajamento é justificado como forma de evitar que o Brasil produza mísseis balísticos intercontinentais, que são iguais aos foguetes utilizados para fins científicos.
Fontes: Revista Fórum e Revista Galileu