Onda de violência põe em risco a vida dos povos indígenas do Brasil
Diariamente são enviados das aldeias de várias regiões do Brasil relatos de ameaças, ataques e violências contra os povos originários.
Dia 28 de outubro, data da apuração do segundo turno das eleições no Brasil, uma aldeia do povo Guarani-Kaiowá que fica região da Amazônia Real, sofreu ataques com bala de borracha, e de dez a 15 pessoas ficaram feridas. Além disso, prédios públicos, um posto de saúde e uma escola que atendiam o povo Pankararu em Pernambuco foram destruídos.
Os responsáveis pelos atos de violência ainda não foram encontrados e julgados.
Após as eleições, uma liderança indígena, Marcus Sabaru, do povo Tingui Botó, de Alagoas, foi preso por policiais quando estava indo à Conferência de Saúde indígena.
A polícia alegou desacato, e por conta disso algemaram e humilharam Sabaru. Ao chegar na delegacia, por não ter cometido nenhum crime, foi solto, mas ficou fichado por desacato.
Essa ação racista contra Saburu e os ataques sofridos pelos povos Guarani e Pankararu mostra como o fascismo está avançando no país, e também que lideranças de grupos políticos serão perseguidos, fichados e marcados pelo sistema.
Em resposta a todos esses ataques, os guerreiros Yanomami convocaram um encontro entre os dias 26 a 29 de outubro, no Piauí, para o fortalecimento de jovens indígenas. O encontro também é uma forma de mostrar que os povos estão se organizando pela manutenção dos seus territórios, sabendo que não haverá mais demarcação e que a exploração dos territórios de modo desenfreado se aproxima.
A constituição de 1988 assegura os territórios indígenas, suas tradições, direito à manterem sua cultura e seus ritos, mas o governo de Jair Bolsonaro, que ainda não assumiu a presidência, já dá sinais de não cumprimento de suas funções.