“Serras irão tombar”. O plano trágico de Bolsonaro às políticas ambientais
“Aderir ao programa de Bolsonaro é assinar a destruição de nossa base de sustentabilidade”, diz o pesquisador Marcelo Kokke.
Por Marcelo Kokke
Fiz uma análise de todas as propostas e ensaios dos candidatos à presidência do Brasil para o meio ambiente. O tema está sendo ignorado na atual campanha. Não há saúde sem meio ambiente, não há emprego a médio ou longo prazo sem meio ambiente, não há qualidade de vida sem meio ambiente.
Sem dúvidas, a proposta mais aterradora é do candidato Bolsonaro. Não vou colocar apelidos ou referências pejorativas. Acho desrespeitoso com eleitores sérios do candidato. Minha posição é técnica. E se alguém, por opção e não por pressão, pensar na questão ambiental para escolher, já será positivo.
1) O candidato pretende eliminar a base da Lei das Unidades de Conservação.
2) O candidato pretende retirar o Brasil dos poucos tratados internacionais que funcionam no país, inclusive quanto ao aquecimento global.
3) O candidato quer acabar com os órgãos ambientais, serão eles absorvidos pelo Ministério da Agricultura.
4) O candidato pretende retirar o licenciamento ambiental para atividades que degradem o meio ambiente. Serras irão literalmente tombar.
5) O candidato é a favor da expansão irrestrita na Amazônia.
6) O candidato é a favor de concentrar aferições de risco no núcleo econômico. Esqueçam controle de agrotóxicos.
7) O candidato defende o licenciamento automático. Preparem para contexto pior do que aquele do desastre de Mariana
Não há como pensar em meio ambiente com propostas como estas. Não apoio ou renego por empatia ou antipatia. Minha perspectiva é técnica.
Aderir ao programa de Bolsonaro é assinar a destruição de nossa singela base de sustentabilidade. Os outros programas aptos a vencer são bons? Não. Mas o dele é o pior.
Dentre diversas bases presentes na imprensa, segue uma delas, verbi gratia.
Marcelo Kokke é pós-doutor em Direito Público-Ambiental pela Universidade de Santiago de Compostela (Espanha), Mestre e Doutor pela Puc-Rio e Membro da APRODAB – Professores de Direito Ambiental do Brasil.