Nesta quinta feira, 26, o Memorial Nacional para Paz e Justiça abriu suas portas em Montgomery, no estado do Alabama, EUA, dedicado às vítimas da supremacia branca estadunidense. Apesar de ser uma das maiores atrocidades do país, é um tema pouco falado e/ou reconhecido, em que milhares de pessoas negras foram vítimas de linchamentos e humilhações públicas. O local traz uma grandiosidade de elementos que remetem a causa.

No centro, uma espécie de casulo sombrio, com 800 colunas de metal com aparência velha, onde estão gravados os nomes dos condados onde linchamentos aconteceram, pessoas foram linchadas e muitas listadas como desconhecidas. Em alguns locais, há a descrição de alguns linchamentos. O memorial, inspirado no Memorial do Holocausto em Berlim, traz também a memória presente de como o sistema judicial do Alabama, um dos estados que apoiava a manutenção da escravidão durante a Guerra Civil nos EUA, trata as pessoas negras no país com crueldade.

Há também uma parte do Memorial onde há centenas de jarras com solo de locais onde linchamentos aconteceram, também como uma lembrança de como a prática era recorrente. As imagens mais impressionantes são as esculturas do artista ganense Kwame Akoto-Bamfo, que confrontam quem visita o local que também oferece recursos multimídia para simular conversas com prisioneiros negros que estão no corredor da pena de morte.

O Memorial é uma iniciativa da ONG Equal Justice Initiative (Iniciativa da Igualdade Judicial), que coletou dados em 12 dos 50 estados do país, e busca por meio das “esculturas arte e design contextualizar o terror racial” que ainda é praticado no país, a herança maldita dos linchamentos.

Divulgação Human Pictures / Equal Justice Initiative.

Divulgação Human Pictures / Equal Justice Initiative.

Divulgação Human Pictures / Equal Justice Initiative e Audra Melton para o The New York Times

Brynn Anderson / AP

Foto: Washington Post Photo por Ricky Carioti e Audra Melton para o The New York Times