Caixa D’Água é duplamente campeã da Taça das Favelas 2018
Favela da Zona Oeste fez dobradinha contra as antigas campeãs. Venceu o Corte Oito, no feminino, a Vila Aliança, no masculino e conquistou o título nas duas categorias.
“Uh! Pula aê, deixa a Caixa D’Água encher”, cantava descontrolada a torcida da Caixa D’Água de Padre Miguel nas arquibancadas do Estádio de Moça Bonita, na manhã deste sábado, dia 24 de março. E encheu. Duas vezes. A favela da Zona Oeste, que nunca havia vencido o maior torneio de futebol entre favelas do mundo, foi a campeã das categorias masculina e feminina do torneio organizado pela Central Única das Favelas (CUFA) e produzido pela InFavela.
No primeiro jogo da manhã no estádio do Bangu, que contava com quase 10 mil pessoas (quase quatro vezes mais que a média de público do Campeonato Carioca), entre elas, o ator Hélio de la Peña, o deputado federal Alessandro Molon e o cineasta e ativista social Anderson Quack, as meninas da favela da Caixa D’Água venceram o Corte Oito por 2 a 1. Logo em seguida, os garotos ganharam da Vila Aliança por 3 a 2, de virada, em partida emocionante. As duas equipes voltaram para a favela da Caixa D’Água, vizinha do estádio, em carreata no caminhão do Corpo de Bombeiros.
“É uma emoção muito grande conquistar o título nas duas categorias! Só tenho a agradecer às minhas jogadoras e aos meus jogadores”, disse o treinador Luciano Mattos, que chegou a passar mal de tanta emoção após o jogo do masculino. Nada que o impedisse de seguir com a carreata de volta para casa.
Na primeira partida do dia, a Caixa D’água saiu na frente com gol de Marcelly, que contou com um pouco de sorte, já que após o seu chute a bola bateu na zagueira e na goleira antes de entrar, a equipe do Corte Oito não se intimidou e chegou ao empate com um belo gol de falta de Fernanda. No segundo tempo, Thaynara partiu em jogada individual e sofreu pênalti, a própria Thaynara cobrou deslocando a goleira e dando a vitória por 2 a 1 e o título para a sua equipe.
“Fico muito feliz por ter feito o gol do título e ajudado minhas companheiras! No ano passado perdemos para o Corte Oito na semifinal, nos pênaltis, e agora conseguimos ganhar delas no tempo normal”, comemorou Thaynara que revelou o seu jeito de cobrar as penalidades. “Eu fico parada na frente da bola, em vez de pegas distância. Quando o juiz apita que eu ando para trás e passo todo o nervosismo para a goleira adversária”, contou a autora do gol do título.
Antes da decisão do masculino, a organização da Taça das Favelas fez uma linda homenagem à vereadora e ativista social Marielle Franco, assassinada no último dia 14, antes da final do masculino, respeito um minuto de silêncio à ela, ao seu motorista, Anderson Lopes, morto junto com ela, e aos policiais Filipi Santos e Luciano Batista, mortos na última quinta, dia 22.
Confira os registros da final da Taça das Favelas
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