Ela é só a Babá: página relata casos de abusos sofridos no Facebook
A página criada no Facebook Ela é só a Babá relata o cotidiano sem direitos dessas profissionais, e como o modelo escravagista segue no Brasil.
O trabalho doméstico no Brasil é resquício do modelo escravagista que vivíamos (ou vivemos) no Brasil. Ser a moça que limpa, que cozinha e que cuida das crianças, apesar da Lei Complementar nº 150, de 2015, que regulamentou a Emenda Constitucional n° 72 e deu direitos trabalhistas a essa categoria, o trabalho ainda segue os moldes escravagistas, sem respeito aos e às profissionais, que são tratadas como “quase da família”, mas a realidade está longe disso. Uma babá, que passa por privações de direitos, tanto trabalhistas quanto humanos, decidiu criar a página no Facebook Ela é só a Babá, onde relata esses desrespeitos que passa no ambiente de trabalho, e recebe também relatos de outras e outros babás, que também passam pelo mesmo.
Veja algumas das situações enfrentadas por essa babá, que, em um país com 13 milhões de desempregados, é aconselhada por alguns a largar o emprego se estiver descontente, sem sequer analisar o fato de que não é fácil conseguir uma colocação no mercado de trabalho, e, em sua grande parte, são pessoas que não podem “se dar ao luxo” de escolher empregos e sair de um quando quiserem.
O Brasil, mesmo com leis trabalhistas e a luta contra o racismo que teve uma forte crescente nos últimos anos, ainda segue esse modelo de que trabalhadoras e trabalhadores de serviços domésticos são inferiores, então não podem comer determinadas comidas ou ter seu direito a 1 hora de almoço respeitado.
A culpa é sempre da babá quando a criança faz algo que não agrada a mãe, mesmo ela tendo contribuído para tal.
Trabalho mal remunerado e em condições degradantes NÃO são opção, são necessidade. Olhe para o outro e se enxergue nele antes de criticar.