Marcha dos 21 dias denuncia o racismo nas ruas do Rio de Janeiro
A ação faz parte da agenda dos 21 Dias De Ativismo Contra o Racismo, iniciada no dia 3 de março que seguirá até o dia 23.
Texto por Hendson Santana, colaborador da Mídia NINJA
A marcha dos “30 Anos Depois” relembrou na tarde dessa quarta-feira, a Marcha Contra A farsa da Abolição realizada em 1988 no Centro Cultural Ação e Cidadania, localizado na Rua Barão de Tefé-Saúde, região portuária do Rio.
Durante a caminhada artistas negros, principalmente mulheres, enfatizam todas as agressões à população negra, entre elas o Massacre de Sharpeville, em 1960 na África do Sul, também no dia 21 de março. Além disso, atos como destruição de terreiros, criminalização e genocídio do povo negro, a atual ocupação militar no Rio De Janeiro, que rebate diretamente a população negra, o feminicidio, homofobia e os grandes retrocessos das leis trabalhistas foram colocados em pauta.
Em grande parte da caminhada, que seguiu por vários pontos da região central da cidade, também serviu para relembrar a luta da vereadora, socióloga e militante dos direitos humanos Marielle Franco, executada recentemente.
“Não vamos mais falar ‘Marielle Presente’, mas ‘Marielle Viva’, já que na Cultura Orunmilá, nossos ancestrais não morrem, permanecem vivos pra sempre!”
Diz Pedro Vidal integrante do grupo Orunmilá.
Grupo Baque Mulher trás na sua essência a representatividade das mulheres, faveladas, negras, gordas, lésbicas, trans, mães de família… Ecoando gritos de ordem, reverenciando suas ancestralidades, principalmente mulheres.
A caminhada percorreu parte da área militar do Porto e se concentrou a frente do Museu do Amanhã, Enquanto isso, militares atentos e fardados assistem a performance de Cosme Felippsen do Morro da previdência, “brancos constroem teleféricos porque não querem se cansar, nossas mães não tinham combes, nem bondinho. Hoje estamos aqui cruzando esse VLT que atropela nossas historia e o Museu do Amanhã que destrói o nosso ontem” contou Cosme.
A caminhada chega em frente a Candelaria, onde os manifestantes aproveitam para lembrar em extermínio de meninos em 1993, e terminam com um abraço de Axé, um grande circulo agradecendo a todos que participaram.