Isa Penna: O PSOL de Sônia Guajajara e Guilherme Boulos
Acima ainda de todas as polêmicas estão as necessidades do nosso povo. Uma nova esquerda anticapitalista, participativa e plural é urgente.
Mais de 27 000 filiados se reuniram em plenárias municipais do partido para debater o cenário político do Brasil e perspectivas para a reorganização da esquerda.
Por maioria decidiu-se pela tese política de que o golpe institucional brasileiro gravíssimo para a realidade da juventude e da classe trabalhadora , alavancaria a articulação de um campo superior ao do partido.
Aprovou-se que o Psol fosse parte de uma aliança estratégica com movimentos sociais além de sua própria fronteira.
O que aprovamos no congresso nacional do PSOL foi a construção de uma nova esquerda .
O novo por vezes dá medo porque tira da zona de conforto setores de todos os lados acomodados em suas posições políticas.
Sonia e Guilherme são do Psol Sem Medo!
Eles representam as bases das mulheres guerreiras do MTST, de sem-tetos que questionam e afrontam a lógica da propriedade privada e da radicalidade do povo índigena que é a ponta da lança na resistência aos coronéis brasileiros.
Frente à intervenção militar e aos ataques do neoliberalismo, vai ser crucial na defesa dos direitos democráticos, sociais e econômicos.
Nessa aliança há disposição de todos os setores envolvidos em produzir sínteses e assim superar o período longo em que a fragmentação reinou na esquerda brasileira. Também há acordo em superar os erros das alianças petistas e de construir um projeto para o país independente e popular.
Sendo assim, ao contrário do que dizem os opositores internos do Psol à essa política. A chapa Boulos e Sônia não retira o sentido fundacional e histórico do partido, ao contrário, o confirma.
Fundação essa que partiu da avaliação de que era e é crucial ter um partido com independência política e comprometido com a luta da juventude , mulheres , povos negros e indígenas e de toda a classe trabalhadora .
A pré-candidatura de Sônia e Guilherme à presidência é portanto, a confirmação do sentido histórico desse partido, que sempre foi o de ser um espaço independente, livre para que a reorganização de uma nova esquerda seguisse seu curso.
Nem mesmo o Lula é maior e mais potente do que essas lutas e esse projeto.
Ninguém é.
Por essas razões a pré-candidatura dos dois lutadores é a expressão da democracia e do projeto de país que nós queremos construir.
Foi a história concreta e as lutas populares que nos trouxeram ao encontro de Guilherme Boulos e Sônia Guajajara e esse encontro irá transformar a esquerda brasileira.
Momentos assim na história são ricos e determinantes. Estamos assistindo ao processo de reorganizacao da esquerda brasileira. Uma nova esquerda anticapitalista, participativa e plural é urgente.
Guilherme Boulos e Sônia Guajajara a representarão muito bem.