Por Morgana Américo e Sarah Américo 

O futebol feminino dá início a uma nova ‘era’ em 2023, com mais incentivos e oportunidades. A Copa do Mundo Feminina, que começa nesta quinta-feira (20) e vai até o dia 20 de agosto, será realizada em dois países-sede: Austrália e Nova Zelândia. Os jogos de abertura vão ser das seleções anfitriãs. Na quinta-feira, às 4h (horário de Brasília) a Nova Zelândia enfrenta a Noruega, em Auckland. Às 7h a Austrália joga com a Irlanda, em Sydney. O Brasil, que está no Grupo F, só estreia na competição na segunda-feira, 24, diante do Panamá. 

A nona edição traz uma série de mudanças que podem ser classificadas como revolucionárias no futebol feminino. Mas, não dá para fazer história sem falar do passado. Por isso, para que você possa acompanhar todas as partidas sem ficar perdido, separamos sete informações cruciais que você precisa saber sobre a Copa do Mundo Feminina de 2023. 

Primeira edição em dois países-sedes

Diferente dos eventos anteriores, em que a competição era realizada em apenas uma país, esta é a primeira vez que o evento terá em dois países-sede. Austrália e Nova Zelândia foram as escolhas para a nona edição do torneio feminino. Junto com esse feito, tem outro que precisa ser destacado: é a primeira vez que o evento vai acontecer na Oceânia. 

Ao todo vão ser 10 estádios utilizados para sediar os 64 jogos que acontecem até o dia 20 de agosto, sendo seis deles na Austrália e quatro na Nova Zelândia. O Brasil irá jogar todos os jogos da fase de Grupo na Austrália. 

Foto: Divulgação / FIFA

Serão 32 seleções disputando o título

Essa é a primeira vez na história da Copa do Mundo Feminina que 32 seleções vão disputar o torneio. Realizado pela primeira vez em 1991-  nesse ano seleção masculina já na sua 21ª edição e com o Brasil era tricampeão do torneio -, o futebol feminino só conseguiu espaço para competir uma Copa do Mundo 61 anos depois dos homens.    

A sua primeira edição teve 12 seleções. O Brasil foi o único país da América do Sul a participar. Em 1999, subiu para 16 a quantidade de participantes. Esse número se manteve até 2015, quando a Fifa fez um novo reajuste e 24 seleções passaram a integrar a Copa do Mundo Feminina. Mas, em 2023, tudo mudou mais uma vez, e agora vão ser 32 participantes. 

Premiação recorde

Com a alteração do torneio para que ele se assemelhe cada vez mais ao masculino, mesmo ainda bem longe de poder se igualar. Outra medida para tentar reduzir a desigualdade de gênero na modalidade, precisa ser destacada: a premiação. Será um prêmio recorde de US$ 30 mil (R$ 146 mil na cotação atual) para cada jogadora. A premiação sobe para US$ 270 mil (R$ 1,3 milhão) para as integrantes da seleção campeã.

Segundo a Fifa, os prêmios serão exatamente iguais aos distribuídos no Mundial do Qatar-2022. “O valor destinado às jogadoras neste modelo de distribuição sem precedentes terá um impacto real e significativo nas vidas e carreiras dessas atletas. Além disso, cada federação também vai receber um valor recorde, baseado em sua performance”, disse Gianni Infantino, presidente da Fifa, aos jornalistas.

VAR ao vivo

Outra novidade que chega nesta competição, é a implantação das explicações ao vivo nos estádios e na televisão das decisões tomadas com o auxílio do VAR. Segundo o italiano Pierluigi Collina, chefe de arbitragem da Fifa, essa é uma forma de dar mais transparência. 

“Queremos dar mais transparência, maior entendimento das decisões tomadas por um árbitro. Os árbitros aqui em Sydney já participaram no campo de treinamento e as coisas estão indo bem. Estamos muito confiantes de que esta nova ferramenta será muito positiva”, disse Collina a jornalistas. 

Os árbitros da Copa feminina vão consultar um monitor ao lado do campo antes de anunciarem suas decisões, os motivos em que se basearam, os jogadores envolvidos e uma breve descrição do lance através de um microfone para todo o estádio. 

Por se tratar de uma experiência nova para todos os profissionais, ainda há pontos a serem ajustados, como o fato de que os árbitros devem dar suas explicações em inglês, que não é a língua nativa de muitos, algo que preocupa o chefe de arbitragem. “Como em todas as coisas, há prós e contras”, disse o italiano. “Depois vamos discutir e considerar o que é melhor para o futuro”. 

Estreantes e maiores participantes

Um número maior de vagas também abre espaço para dar oportunidade para outras seleções que vão fazer sua estreia na Copa do Mundo Feminina. Ao todo são 8 que passam a integrar o quadro de seleções que já participaram da competição: Filipinas, Haiti, Irlanda, Marrocos, Panamá, Portugal, Vietña e Zâmbia. Enquanto há aqueles que são novas, há as outras que já são de longa data e participaram de todas as edições, como: Alemanha, Brasil, Estados Unidos, Japão, Nigéria, Noruega e Suécia.

Seleção que foi mais vezes campeã

Apenas quatro seleções já levantaram o troféu de campeãs da Copa do Mundo Feminina: Estados Unidos, Alemanha, Noruega e Japão. As norte-americanas são as que dominam a competição. São 4 títulos: 1991, 1999, 2015 e 2019. A Alemanha, com dois títulos, um em 2003 e outro em 2007, é a segunda seleção mais vitoriosa. Por fim, Noruega e Japão têm cada uma um título. As norueguesas ergueram a taça em 1995. Já as japonesas levaram a melhor em 2011.

O Brasil ainda não possui título, sua trajetória mais longa em uma Copa do Mundo foi em 2007, quando conseguiu chegar à final, mas acabou perdendo para a Alemanha por 2×0 e ficando com o segundo lugar (vice-campeã). Em 1999, a seleção brasileira ficou com o terceiro lugar em uma disputa de pênaltis com a Noruega.  

Foto: Bernadett Szabo

Jogadora que mais participou das Copas

A norte-americana Kristine Lilly, é a jogadora que mais vezes participou da Copa do Mundo Feminina. As ex-meia, hoje com 51 anos, disputou 30 jogos pela sua seleção. Ela também é a jogadora que mais vezes vestiu a camisa dos EUA na história. Lilly defendeu seu país 23 anos. Foram 354 jogos e 130 gols marcados.

Atrás da norte-americana, está a brasileira Miraildes Maciel Mota, popularmente conhecida como Formiga. A meio-campista do Brasil, é a segunda atleta com maior número de jogos disputados em Mundiais. Foram 27 duelos ao todo: dois em 1995, seis em 1999, três em 2003, seis em 2007, quatro em 2011, três em 2015 e três em 2019. 

Texto produzido em cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube