60 anos após ditadura militar, familiares de desaparecidos ainda lutam por justiça
Na última sexta-feira (5), a Assembleia Legislativa de São Paulo foi palco de uma emocionante sessão solene em homenagem às viúvas de vítimas da ditadura militar. O evento foi marcado por pedidos veementes pela recriação imediata da comissão
Encerrada durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, que investiga a responsabilidade do Estado brasileiro nos crimes durante a ditadura militar, deixou de produzir relatórios por decisão do governo de extrema-direita. Agora, familiares dos desaparecidos cobram a reativação da comissão.
Na última sexta-feira (5), a Assembleia Legislativa de São Paulo foi palco de uma emocionante sessão solene em homenagem às viúvas de vítimas da ditadura militar. O evento foi marcado por pedidos veementes pela recriação imediata da comissão.
Entre os presentes, destacaram-se figuras emblemáticas como a psicóloga Vera Paiva, ex-integrante da comissão, que expressou sua indignação: “A comissão não poderia ter sido desinstalada. Ela só poderia ter sido extinta após encerrados os seus trabalhos e, obviamente, isso não aconteceu”.
Vera recebeu uma homenagem póstuma em nome de sua mãe, Eunice Paiva, viúva do deputado Rubens Paiva, uma das vítimas emblemáticas do regime militar.
Outro momento tocante foi a presença de Ivo Herzog, representando sua mãe, Clarice, viúva do jornalista Vladimir Herzog. A ausência física de Clarice não diminuiu a importância do tributo, que ressaltou a luta contínua por justiça e memória. Além delas, Ana Dias, viúva do operário Santo Dias, também foi homenageada, reforçando a diversidade de histórias e trajetórias marcadas pela repressão política.
A sessão solene foi proposta pela deputada estadual Beth Sahão, do Partido dos Trabalhadores (PT), evidenciando o compromisso político com a reparação histórica e o reconhecimento das vítimas do regime autoritário.
*Com informações da Folha