5ª Mostra Lugar de Mulher é no Cinema disponibiliza 52 curtas produzidos por mulheres e pessoas não binárias
Mostra acontece até o dia 9 de julho, com cerimônia de premiação
A 5ª edição da Mostra Lugar de Mulher é no Cinema teve sua estreia no dia 30 de junho e desde o dia 1º de julho o público pôde conferir os 52 filmes que compõem a programação do evento. A mostra acontece até 9 de julho, dia em que será realizada de forma presencial a cerimônia de encerramento e premiação, no Instituto Goethe em Salvador.
Com produções dirigidas e/ou protagonizadas por mulheres e pessoas não binárias, o objetivo da Mostra é disseminar estes trabalhos e dar o máximo de visibilidade para os filmes.
Nesta edição, a Mostra Lugar de Mulher é no Cinema homenageia a cineasta Edyala Yglesias, que fez parte do movimento de retomada do cinema baiano, dirigindo “O Diário do Convento”, um dos episódios do filme “3 Histórias da Bahia”. Outras obras da cineasta também rodaram o Brasil e o mundo, como “Era Uma vez Flor”, premiado no Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano de Havana, em Cuba, e “No Coração de Shirley”, premiado no XVIII Black International Cinema. Ela ainda liderou a primeira organização feminista no setor do audiovisual brasileiro junto ao Coletivo de Mulheres de Cinema e Vídeo do Rio de Janeiro.
Sororidade, visibilidade e interseccionalidade. Estas são as palavras que Lilih Curi, cineasta e uma das fundadoras do festival. Lilih destaca que estes são os princípios norteadores do evento, sempre com foco em pensar nesta pluralidade das vozes, dando destaque para a diversidade, inserindo curtas feitos e sobre mulheres negras, LGBTQIAP+, com deficiência, indígenas, brancas e pessoas não binárias. Convocar estes olhares múltiplos é o essencial para o projeto na visão de Lilih.
“A maior importância de a gente chegar nesta quinta edição é a resistência mesmo”, comenta Hilda Lopes Pontes, realizadora e uma das criadores da Mostra. Começando a iniciativa sem nenhum incentivo público, em 2017, a Mostra existiu por três anos apenas com a força e a coragem da equipe em seguir dando continuidade a este projeto. Além disso, Hilda acredita que a manutenção deste espaço de projeção e fomento para as mulheres é algo fundamental.
A produtora executiva da Mostra, Dayane Sena, fala sobre os desafios de realizar o evento. “Esse ano contamos com o apoio da Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres, por meio do edital Respeita as Mina, e, dessa forma, foi possível realizar a mostra com uma verba, contando com 90% das atividades online. Sabemos dos entraves para captar recursos de uma mostra produzida por mulheres e que busca dar visibilidade ao trabalho de mulheres e pessoas não binárias. É preciso lembrar que tudo que é relacionado a gênero desse país é sempre um ato de resistência. Esperamos que, a partir das próximas edições, a mostra possa ser realizada e executada da maneira que merece, com ainda mais visibilidade”, conclui.
Para alcançar todos estes intentos da realização, a Mostra conta com uma curadoria também focada na diversidade de olhares, experiências e locais ocupados dentro da sociedade. Em 2022, as integrantes foram: Xan Marçal, Josi Varjão, Dayane Sena, Enoe Lopes Pontes, Olinda Wanderley e Carolina Teixeira. A pesquisadora, crítica e roteirista Amanda Aouad cumpriu a função de coordenar este grupo pelo quinto ano consecutivo. Para ela, a composição das curadoras já é em si um start para uma seleção que segue os desejos do evento. Em seguida, Amanda crê que a melhor forma de escolha é equilibrar as questões técnicas e discursivas, as diversidades de falas e regiões.
Foram 202 filmes inscritos. Dentre eles, serão exibidos 29 filmes nas mostras competitivas (Luas e Matinê). A programação conta ainda com 12 filmes da Mostra Convidada e 11 filmes da Mostra Encontro Somos Todas Uma.
No dia 9 de julho, a programação da Mostra vai contar com atividades presenciais. Além da cerimônia de encerramento e premiação, o público poderá participar de duas oficinas gratuitas. A primeira será às 15h, com a produtora executiva da Mostra Dayane Sena, com o tema “Produção: tirando o curta-metragem do papel”. Logo em seguida, acontece a pré-estreia do curta Preciso Falar Sobre ELA, de Lilih Curi. A diretora vai ministrar, depois da exibição, uma oficina para falar sobre a direção e o roteiro do filme, que narra a história do primo de Lilih, Marden Zionede, diagnosticado em 2017 com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).
Nesse último dia, a cerimônia de encerramento recebe a premiação dos filmes das mostras competitivas – Luas e Matinê. O evento presencial acontece no Instituto Goethe, em Salvador, a partir das 19h. Após a premiação, a cantora baiana Manoela Rodrigues fará um pocket show intimista para o público, encerrando oficialmente a 5a Edição da Mostra Lugar de Mulher é no Cinema.
Para assistir à mostra siga as redes sociais do evento. Mais informações: www.mostramulhernocinema.com.br