50 anos depois, militares chilenos são condenados pelo assassinato de Victor Jara
Após décadas de espera, as famílias e defensores da justiça encontram algum alívio na responsabilização final dos envolvidos
Após décadas de espera, as famílias e defensores da justiça encontram algum alívio na responsabilização final dos envolvidos
Em um marco histórico, a Suprema Corte do Chile proferiu uma decisão unânime condenando sete militares da reserva por seu envolvimento no sequestro e assassinato do renomado cantor e compositor Víctor Jara, assim como do ex-diretor de prisões Littré Quiroga. A sentença ocorreu duas semanas antes do 50º aniversário do golpe de Estado liderado por Pinochet, que depôs o presidente socialista Salvador Allende.
Jara, uma das vozes mais proeminentes da música popular da América Latina, foi torturado e morto com 44 tiros após ser detido na Universidade Técnica do Estado.
Os oficiais da reserva do Exército Raúl Jofré, Edwin Dimter, Nelson Haase, Ernesto Bethke, Juan Jara e Hernán Chacón, juntamente com Rolando Melo, foram condenados a penas que variam de 8 a 25 anos de prisão.
A Suprema Corte considerou o assassinato e sequestro tanto de Jara quanto de Quiroga, que estiveram detidos no Estádio Chile, em Santiago, nas primeiras fases do regime de Pinochet.
O caso de Víctor Jara e Littré Quiroga representa uma parte significativa da memória coletiva do Chile e, após décadas de espera, as famílias e defensores da justiça encontram algum alívio na responsabilização final dos envolvidos, pelo direito de viver em paz.