Por Lilianna Bernartt

A 49ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo foi aberta oficialmente na noite desta quarta-feira (15), na Sala São Paulo, em uma cerimônia marcada por encontros e pela exibição do aguardado filme “Sirât”, de Oliver Laxe, vencedor do Prêmio do Júri em Cannes.

A cineasta Euzhan Palcy, pioneira martinicana que se tornou um símbolo de resistência e transformação no cinema mundial, recebeu o Prêmio Humanidade — concedido anualmente a personalidades que unem arte, coragem e compromisso humanista. Palcy, responsável por abrir caminho para mulheres negras na indústria, emocionou o público ao exaltar “a força da Mostra e o trabalho coletivo de todos que acreditam na arte como forma de perpetuação da vida”.

A Mostra exibirá também uma retrospectiva de sua obra, incluindo “Rue Cases-Nègres” (1983), vencedor do Leão de Prata em Veneza e marco do cinema anticolonial; e “Assassinato sob Custódia” (1989), thriller político sobre o apartheid e primeiro filme de estúdio hollywoodiano dirigido por uma mulher negra.

Outro momento comovente da noite foi protagonizado por Mauro de Sousa, que fez um discurso emocionado ao agradecer a homenagem ao pai, Mauricio de Sousa, celebrando sua trajetória e anunciando que o criador da Turma da Mônica é o homenageado da 2ª Mostrinha. Na programação infantil, ocorre a estreia de “Mauricio de Sousa – O Filme”, ao lado de exibições especiais de produções do universo do Limoeiro.

A noite também reuniu o roteirista e cineasta Charlie Kaufman e a roteirista Eda H.D., que apresentaram o curta-metragem “Como Fotografar um Fantasma”. A dupla foi longamente aplaudida após fazer breves falas em português, antecipando o encontro do roteirista com o público durante a Mostra.

O autor de “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças” também participará do V Encontro de Ideias Audiovisuais, que ocorre de 22 a 25 de outubro na Cinemateca Brasileira, e contará com nomes como Valter Hugo Mãe, Denitsa Yordanova (British Film Institute) e Tamara Tatishvili (Hubert Bals Fund).

Encerrando a cerimônia, as atrizes Stefannia Gadda e Jade Oukid subiram ao palco para apresentar “Sirât”, filme que acompanha um pai e um filho em busca de uma jovem desaparecida durante uma rave nas montanhas do Marrocos — uma jornada sensorial sobre amor, perda e transcendência.

Com 374 filmes de 80 países, exibidos em 52 salas de cinema, espaços culturais e CEUs espalhados pela capital, a Mostra reforça seu papel como um dos maiores eventos audiovisuais do mundo.

Foi dada a largada! A programação completa está disponível no site da Mostra e nas redes sociais.