3 de julho: dia mais quente registrado na Terra reflete impacto das mudanças climáticas
Temperatura atingiu 17,01°C no início da semana e ultrapassou o recorde anterior de 16,92°C, registrado em 24 de julho do ano passado
Em um marco preocupante, a temperatura média global superou os 17°C pela primeira vez desde o início das medições. Registrado na segunda-feira (3), esse novo recorde demonstra de forma alarmante o impacto das mudanças climáticas no planeta. Os dados, divulgados pelo Centro Nacional de Previsão Ambiental dos Estados Unidos, ligado à Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), revelam um panorama inquietante em relação ao aquecimento global.
Ao atingir a marca de 17,01°C no início desta semana, a temperatura média global ultrapassou o recorde anterior de 16,92°C, estabelecido em 24 de julho do ano passado. Essa elevação representa um aumento significativo em relação à média atmosférica entre 1979 e 2000, que se mantinha em torno de 16,2°C no início de julho.
Ondas de calor têm varrido várias regiões do globo, contribuindo para esse novo recorde. Nos Estados Unidos tem sido observado um pico de temperaturas extremas nas últimas semanas, enquanto a China enfrenta uma onda de calor persistente com termômetros marcando cerca de 35°C. O norte da África também tem sofrido com temperaturas próximas a impressionantes 50°C.
Mesmo em locais onde o inverno é predominante, como a Antártica, as altas temperaturas não têm dado trégua. Recentemente, a base de pesquisas Vernadsky, localizada nas ilhas argentinas do continente branco, registrou uma temperatura recorde de 8,7°C para o mês de julho.
A cientista climática Friederike Otto, do renomado Instituto Grantham para Mudanças Climáticas e Meio Ambiente do Imperial College London, expressou sua preocupação com esse marco histórico, destacando que não é um motivo para celebração, mas sim um sinal de perigo iminente para pessoas e ecossistemas ao redor do mundo.
Para o próximo ano, os cientistas alertam que a ocorrência do fenômeno climático El Niño no Oceano Pacífico poderá agravar ainda mais as temperaturas. Além disso, a atividade humana, em especial a emissão contínua de cerca de 40 bilhões de toneladas de CO2 na atmosfera provenientes da queima de combustíveis fósseis, continua a impulsionar o aquecimento global.