A 22ª edição do Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá – CINEMATO acontecerá de 14 a 20 de julho na capital mato-grossense e já divulgou a seleção oficial de filmes para as suas mostras competitivas. Neste ano, o festival bateu um recorde histórico: em apenas nove dias de inscrição, recebeu 458 filmes de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal. O Mato Grosso se destacou como o terceiro estado com mais curtas inscritos, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro.

Com o tema “Decolonizando a Amazônia”, a edição de 2024 presta homenagem ao cineasta luso-brasileiro Silvino Santos (1886–1970), considerado um dos pioneiros do registro audiovisual da região amazônica. Entre suas obras está o documentário “Amazonas, o Maior Rio do Mundo” (1931), recentemente redescoberto na República Tcheca após quase 100 anos perdido, e “No Paiz das Amazonas” (1921), que retrata o cotidiano da exploração de recursos naturais no Norte do Brasil.

Os filmes selecionados para a Mostra Competitiva Nacional de Longas-Metragens são:

  • “Mawé”, de Jimmy Christian (AM);
  • “Pedra Vermelha”, de Cassemiro Vitorino e Ilka Goldschmidt (SC);
  • “Kopenawa: sonhar a terra-floresta”, de Marco Altberg e Tainá de Luccas (RJ);
  • “O Silêncio das Ostras”, de Marcos Almeida Pimentel (MG);
  • “Concerto de Quintal”, de Juraci Júnior (RO);
  • “Serra das Almas”, de Lírio Ferreira (PE).

Na Mostra Competitiva Nacional de Curtas-Metragens, foram selecionados:

  • “A Nave Que Nunca Pousa”, de Ellen Morais (PB);
  • “Albuesas”, de Gloria Albues (MT);
  • “Arame Farpado”, de Gustavo de Carvalho (SP);
  • “Benção”, de Mamirawá e Tainã Pacheco (BA);
  • “Cabeça de Boi”, de Lucas Zacarias (MG);
  • “Coisa de Preto”, de Pâmela Peregrino (SE);
  • “Dandara”, de Raquel Rosa (GO);
  • “Linda do Rosário”, de Vladimir Seixas (RJ);
  • “Mãe”, de João Monteiro (RS);
  • “Maira Porongyta – o aviso do céu”, de Kujãesage Kaiabi (MT);
  • “Marcos, o Errante”, de Thiago Brandão (BA);
  • “O Enegrecer de Iemanjá e a Subtração do Sagrado Afro”, de Uê Puauet (Marcos Costa) (PR);
  • “O Último Varredor”, de Perseu Azul e Paulo Alipio (MT);
  • “Reagente”, de Bruno Bini (MT);
  • “Tapando Buracos”, de Pally e Laura Fragoso (AL).

Além das mostras competitivas, o CINEMATO promove iniciativas de formação de público e inclusão social, como o projeto Cinema Escola, que exibe os filmes para estudantes da rede pública; o Cinema Itinerante, com sessões gratuitas em bairros periféricos, aldeias indígenas e quilombos; e o Cinema Paradiso, que desde 1993 leva filmes a presídios, hospitais e abrigos, fazendo do cinema uma ferramenta de humanização.

O festival é realizado pelo Instituto INCA – Inclusão, Cidadania e Ação, com patrocínio do Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT), e parcerias com entidades como Procev/UFMT, Primeiro Plano Cinema e Vídeo, Canal Brasil, Cineclube Coxiponés, Rede Cineclubista de Mato Grosso e Cinemateca Brasileira. Também conta com apoio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer, TV Centro América (Globo MT), entre outros.

Celebrando 30 anos de história, o Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá reafirma seu papel como espaço de resistência, formação e celebração do audiovisual brasileiro.