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#15M: Multidão nas ruas do Rio por uma educação que transforme vidas
Junto a mais de 200 cidades, o Rio de Janeiro também fez história nas ruas deste 15 de maio. Veja o depoimento destes estudantes que não largaram mão de se mobilizar em defesa da Educação.
Por Filipe Pavão
Cerca de 150 mil pessoas caminharam da Candelária em direção à Central do Brasil em passeata em defesa da educação pública, gratuita, plural e de qualidade nesta quarta-feira (15/05) no Rio de Janeiro. A data foi marcada por atos em todo o Brasil. Diferentes pontos da região metropolitana do Rio de Janeiro também se mobilizaram contra o bloqueio do orçamento na educação que inviabiliza o funcionamento de Universidades e Institutos Federais pelo país.
Enquanto estudantes, professores e trabalhadores estavam nas ruas, o presidente Jair Bolsonaro atacava o movimento em entrevista nos Estados Unidos. Segundo ele, os manifestantes contra os cortes na educação são “idiotas úteis e massa de manobra”, declaração que reverberou nas ruas. Além disso, ainda esteve em pauta os prejuízos da Reforma da Previdência proposta pelo governo.
Nas ruas, estudantes de diferentes instituições públicas e privadas contaram como a educação transformou a vida deles e de pessoas próximas. Confira alguns depoimentos:
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Monalisa Barcellos, estudante da UFRRJ. Foto: Lia Castanho.
Monalisa Barcellos, 19 anos, estudante de Relações Internacionais na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
“Eu sou a primeira da minha família a estar em uma Universidade Federal e serei a primeira a me formar. A educação mudou a minha visão em muitos aspectos. Hoje, eu produzo a minha monografia juntando a minha área de conhecimento, as Relações Internacionais, e o local de onde sou, a Baixada Fluminense. Isso é algo que as pessoas não pensam, mas mudou a minha vida por ver o local de onde moro de uma forma diferente.”
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Yanka Macedo, estudante da UFF. Foto: Lia Castanho.
Yanka Macedo, 23 anos, estudante de História na Universidade Federal Fluminense – UFF
“A educação mudou a minha vida de diferentes maneiras. Na UFF, a gente tem vários projetos que incentivam a prática da licenciatura. Por exemplo, eu sou bolsista da CAPES e faço parte de um projeto chamado Residência Pedagógica, no qual a gente atua dentro de escolas desenvolvendo práticas que façam o conteúdo em sala de aula se tornar conhecimento. O objetivo é fazer com que os alunos entendam o processo da história e como os fatos do passado perpassam até hoje e moldam a nossa sociedade. Esse desmonte me abate muito porque é dentro da UFF, uma universidade pública que é plural e defende o ensino gratuito e de qualidade, que a gente tem esse incentivo de pesquisa e ensino.”
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Marcio Junior, estudante do IFRJ. Foto: Lia Castanho.
Marcio Junior, 19 anos, estudante de Produção Cultural no Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ
“A minha família não tem condição de pagar uma faculdade particular e, justamente, o campus Nilópolis auxilia dessa forma, viabilizando uma educação gratuita e acessível. Isso me ajuda porque permite que eu siga meus objetivos. Eu sou ator e, nesse curso de Produção Cultural, eu busco participar da parte de produção das criações artísticas.”
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Lucia Hansen, estudante da PUC Rio. Foto: Lia Castanho.
Lucia Hansen, estudante de Arquitetura e Urbanismo na Pontifícia Universidade Católica – PUC Rio
“A educação transformou a minha vida ao abrir todas as portas possíveis para saber que eu posso fazer o que eu quiser e que eu posso tentar mudar o país por meio da pesquisa se eles deixarem.”
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Isabele, estudante da UFRJ. Foto: Lia Castanho.
Isabele, 19 anos, estudante de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
“A educação permite que a gente se transforme a cada dia. Ela nos impulsiona a aprender cada vez mais, além de nos mobilizar para mudar as coisas do mundo. Todos os dias eu chego na faculdade com muita vontade e feliz de estar me tornando quem eu sou. A educação transforma todo mundo porque tem o poder de dar voz e senso crítico.”
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Natalia Nery, estudante da UFRJ. Foto: Lia Castanho.
Natalia Nery, estudante de Biologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ e professora de Biologia na rede de pré-vestibular social Emancipa
“Eu vejo a educação como agente transformadora porque abre oportunidades de aprendizado e ascender na vida, além de realizar sonhos e o que você almeja.”