Por Tainá Junqueira

Das meninas brasileiras, 94,2% dizem já ter sofrido algum tipo de violência. 67% das vítimas de estupro (de 2015 e 2019) são meninas entre 10 e 14 anos. A cada hora, quatro meninas são vítimas de estupro no Brasil. Existem no país 2,2 milhões de adolescentes casadas. As meninas ainda realizam o dobro de trabalho doméstico em relação aos meninos. Não faltam evidências que demonstrem a realidade de violência, marginalização e desigualdade sobre meninas. É por isso que em 2012, a ONU instituiu o dia 11 de outubro como o Dia Internacional da Menina. Essa data marca os progressos realizados na promoção de direitos e busca a conscientização e estratégias para eliminar as desigualdades de gênero.

Dignidade menstrual, empoderamento feminino, representatividade e oportunidades para inserção de meninas na ciência, política, tecnologia, são apenas algumas das pautas presentes nas discussões e celebrações de 11 de outubro. O objetivo das campanhas em favor dos direitos das meninas, se condensa em uma luta conjunta: igualdade de gênero, a fim de combater as correntes históricas que mantém meninas e mulheres subalternizadas e silenciadas. Apenas garantindo os direitos à educação, saúde, vida, integridade, cultura às meninas é que será possível oferecer às meninas um futuro livre de violências e repleto de sonhos.

Em declaração no ano passado, o secretário geral da ONU, Antonio Guterres, afirmou que apenas garantindo direitos será possível oferecer um futuro digno às meninas “Quando meninas têm consciência de seus direitos, conseguem alcançar seus potenciais e criar um mundo melhor para si, para suas comunidades e sociedades”. Lilith Cristina, Greta Thunberg, Fatou Ndiaye e Malala Yousafzai são alguns dos exemplos de meninas líderes nas lutas em defesa do direito das mulheres, pelo acesso à educação de qualidade, contra as crises climáticas e o racismo, buscando sociedades mais igualitárias e justas. 

Os dados são do Anuário de Segurança Pública de 2023 e da pesquisa Por Ser Menina no Brasil da Plan Internacional.