Últimos dias de Feira Literária da Zona Sul na periferia de SP
“De onde você vem?”, é o tema da 4ª Feira Literária da Zona Sul, a FeliZS, que celebra a diversidade literária e artística das periferias da Zona Sul de São Paulo, e que está na última semana de atividades.
Rodas, debates, saraus, cinema, música, arte e muito mais. Confira a programação!
“De onde você vem?”, esse é o tema da 4ª Feira Literária da Zona Sul, a FeliZS, que celebra a diversidade literária e artística das periferias da Zona Sul de São Paulo, em especial dos bairros de Campo Limpo, Jardim Ângela, Jardim São Luiz e Capão Redondo.
A feira começou na última segunda feira, 10/09, e vai até o próximo domingo, 22/09, com dezenas de atividades gratuitas para a comunidade, com uma dinâmica totalmente descentralizadas, ou seja, cada evento em uma quebrada diferente para atingir mais pessoas.
O fechamento no domingo será com uma grande festa na praça do Campo Limpo, evento já tradicional que aconteceu em todas as outras edições. Entre outras coisas, vão haver shows dos cantores Marcelo Jeneci e Chico César e roda de debates com os escritores Marcelino Freire e Milton Hatoum. Confira a programação completa!
A primeira semana de FeliZS contou com a presença de grandes nomes da literatura marginal e do rap, como o rapper Emicida, que lançou seu primeiro livro infantil, Amoras, e discutiu a importância de literatura infantil voltado para crianças negras, e da educadora Diva Guimarães, que ficou celebre após intervenção na Flip de 2017, a escritora Luiza Romão, autora do livro Sangria, além de dezenas de rodas, debates, teatros e a abertura na Casa de Cultura Clariô, com o Sarau da FeliZS.
A FeliZS
A Feira Literária da Zona Sul, FeliZS, que chega à sua quarta edição, tem “o objetivo de trabalhar com formação no território, ser um espaço de fruição das artes, ser um festival multilinguagens”, afirma uma das organizadoras do evento, Silvia Tavares, em entrevista ao jornalista Tony Marlon, para o canal Comova-se.
Nascida da efervescência literária que emerge nas periferias do extremo sul da capital, tem como ponto de partida o Sarau do Binho, um dos mais tradicionais pontos de encontro da literatura marginal da região.
A frase: “Uma andorinha não faz verão, mas pode acordar o bando todo”, do poeta Binho, traz a reflexão que fez a feira nascer, isso quer dizer, uma vez que o sarau que idealizou conseguiu trazer a tona toda a potência da população local, que passou a não só produzir poesia, mas criar seus próprios encontros poéticos em diversas regiões. Dessa forma, a feira passa a ser o momento de ebulição desse movimento literário local.
“A Feira é uma tentativa de unir potenciais num único espaço e observar a grandiosidade de propostas que a periferia vem desenvolvendo. Queremos nos ver e fortalecer num processo de sinergia, potencializando as ações individuais conectadas ao processo coletivo. O fazer cotidiano é essencial, mas é saudável um respiro para reflexão: pensar sobre os caminhos, identificar nossa grandeza e nossas dificuldades. Há uma produção intensa que precisa ser divulgada, valorizada, e reconhecida: são estas as premissas iniciais para a criação deste evento”, afirma o site do evento.
Esse ano, além da literatura, há uma ênfase também nas produções audiovisuais de diversos grupos e coletivos periféricos, promovendo o encontro de quem está produzindo com quem quer produzir.
“A gente ainda identifica o mundo do cinema e do audiovisual em uma esfera muito elitista, e pensando em promover esses encontros, a fim de que quem está produzindo possa dar o caminho das pedras para quem está começando”, disse Ferrara para o Comova-se.
Homenagem
A homenageada da 4ª edição da FeliZS é Eda Luiz, do CIEJA Campo Limpo, que possui uma experiência transformadora na educação de jovens e adultos na região. Considerada a “Universidade Livre” da Zona Sul, o Centro Integrado de Educação para Jovens e Adultos tem portas abertas para a comunidade, inspirado no modelo MOVA, Movimento de Alfabetização para Jovens e Adultos, criado por Paulo Freire.
Eda Luiz é diretora do CIEJA desde sua criação, em 1998, e grande responsável pelo método inovador da instituição. O portal Periferia em Movimento fez uma reportagem especial sobre a metodologia de ensino adotada pela CIEJA Campo Limpo a partir da vivência do curso NoticiMapa – Jornalismo, Cartografia e Direitos Humanos. Confira abaixo as reportagens e conheça o CIEJA CL.