Ativistas ocupam terreno em Portugal para impedir exploração de gás fóssil
Ativistas ambientais se uniram aos moradores locais da Bajouca, região no distrito de Leiria, em Portugal, para ocupar os terrenos da empresa australiana Australis Oil & Gás em ato de desagravo e resistência.
Por Clara Luiza Domingos
Ativistas ambientais se uniram aos moradores locais da Bajouca, região no distrito de Leiria, em Portugal, onde vivem cerca de dois mil habitantes, para ocupar os terrenos da empresa australiana Australis Oil & Gás. O ato de resistência nomeado Camp-in-Gas é uma resposta à assinatura de dois contratos da empresa australiana com o governo português para abrir um furo de prospeção de gás fóssil.
Cerca de 300 pessoas estiveram acampadas coletivamente entre os dias 17 e 21 de julho no terreno da multinacional em um ato pacífico que promovia também a conscientização ambiental por meio de oficinas, debates, formação e outras ações.
A Mídia NINJA, mapeando os grupos de ativismo existentes em Portugal, esteve presente no acampamento para conhecer de perto as reivindicações e luta dos moradores da Bajouca, que exigem o cancelamento imediato dos dois contratos em questão bem como a revogação da lei que os permitiu.
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No sábado (21), alguns manifestantes ocuparam o terreno da Australis, plantaram cerca de 80 árvores e deixaram claro o aviso de que o furo de gás não acontecerá. “Esta não é uma luta que possa ser ganha com petições ou atos simbólicos. É uma emergência e tem de ser tratada como tal”, afirma João Costa, um dos organizadores do Camp-in-Gás. “Se os governos não atuam em consonância com a gravidade e a urgência da situação que coloca a todos em risco extremo, então a sociedade civil mobiliza-se e a desobediência civil se torna uma obrigação”.
Noelie Audi-Dor, do coletivo Gastivists, alertou para as consequências que a exploração de gás tem para as populações, desde a frequência acrescida de terremotos, contaminação química das águas e dos solos, além dos impactos económicos e nos direitos humanos.
O grupo também relembrou a importância da resistência da população que, desde 2015, já conseguiu barrar 13 dos 15 contratos de exploração de combustíveis fósseis ativos pressionando autoridades governamentais.
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