Foto: Marcelo Costa Braga

Por Eduardo Sá

Mineiro de alma carioca, Toninho Geraes tem mais de 250 sambas gravados. Aos 57 anos, tem parcerias com muitos dos bambas e suas composições foram eternizadas nas vozes de artistas do quilate de Beth Carvalho, Zeca Pagodinho e Martinho da Vila, dentre outros. Está entre os grandes compositores deste gênero musical. Canta em todas as casas de shows da cidade e vive com a agenda lotada percorrendo o país.

Hoje, sexta-feira (13/09), ele lança nas plataformas digitais o primeiro dos três discos do seu último DVD: Tudo que sou. Fragmentos (clique aqui) antecederá os outros dois volumes, Africanidade e Caciqueando. O evento amanhã, sábado (14/09), contará com a participação do Moacyr Luz e o Samba do Trabalhador, na quadra da Portela. Toninho tem estudado também a possibilidade de gravar um Afro Samba, buscando elementos do jazz para dentro do samba, algo próximo da Bossa Nova, mas ainda está ensaiando este novo estilo com seu parceiro Chico Alves.

Na entrevista à NINJA, ele revela suas inquietações frente ao cenário político e cultural no país. Segundo ele, é preciso enfrentar o atual obscurantismo e a classe artística tem um papel importante a exercer neste sentido. Fala também sobre a nova geração do samba e a polêmica em torno da sua música Mulheres, consagrada na voz de Martinho da Vila, que foi reinterpretada pelas novas compositoras do samba e se tornou um hino feminista.

Ao invés de resgatar as raízes, gostaria que você falasse sobre o cenário atual do samba.

Não está muito diferente do que via há 30 anos: é o samba sem espaço na mídia e fazendo acontecer nas rodas. Tivemos um momento talvez no final da década de 80 e início de 90, que aqui no Rio pelo menos tinha a Rádio Tropical e outras AM que faziam umas coisas pelo samba. Isso foi se perdendo e hoje o samba se refaz e se constrói dentro da periferia ou até mesmo na zona sul, mas com o mesmo instrumento: o boca a boca.

Já vi você comentando sobre a diferenciação do samba de raiz pro pagode, e dentro do próprio samba que é considerado mais tradicional tem algumas variações. Como você vê isso?

Tem uma diferença gritante, porque o pagode usa os instrumentos do samba mas não a mesma poesia, melodia e harmonia. Posso chegar num bar e ver os caras cantando Élton Medeiros, mas pelo jeito dá pra ver que não são do samba tradicional. Aprenderam a cantá-lo, mas não a interpretá-lo: o sentimento é diferente. No sertanejo há uns 20 anos você identificava quem era Chitãozinho e Xororó, hoje não consegue mais. Forçam demais e fica tudo igual, as temáticas são as mesmas.

Quando o Bolsonaro foi eleito, acordei no dia seguinte como se tivesse acabado de enterrar minha mãe, e a minha mulher tinha visto uma foto do grupo Molejo com o presidente. Nos comentários muita gente estava falando: como vocês do samba estão apoiando o Bolsonaro? Não acho que Molejo seja samba, mas cada um tem sua opinião, se acha que é, beleza. Os bolsominions vieram para cima, nunca fui tão ofendido na minha vida. Imagina, se eu acho que Legião Urbana é pop vem uma turma do rock me detonando. Cara, é só uma opinião. Já estive com o Anderson em rodas e ele conhece samba até melhor que eu, mas optou por caminhar nesse segmento. Zeca Pagodinho, por exemplo, canta samba, mas Exaltasamba canta pagode.

Foto: Marcelo Costa Braga

Tem surgido muitos novos e novas compositoras, você tem acompanhado?

Tem um pessoal chegando, mas como viajo muito não consigo ficar tão atento às músicas novas. Tem esse samba da Mangueira, por exemplo, com a Manu da Cuíca e o Tomaz Miranda, que é um cara que já está há mais tempo. Tem também o DiCaprio, que tem um samba interessante, o João Martins, Inácio Rios, Mosquito, etc. Uma rapaziada que está chegando com uma proposta boa e tem muito a evoluir, embora ache que também tenho muito a evoluir. De dez em dez anos olho para trás e acho que posso ser melhor. Então estão chegando bem, só falta mais mulheres tocando no palco. Mas isso não é só no samba não, no rock e outros estilos também.

Pelo contrário, tem muita mulher chegando, inclusive grupos só delas, até refizeram sua clássica música Mulheres que virou um hino por aí…

Todo movimento é bem vindo, principalmente das mulheres, que são assassinadas porque o feminicídio no país tem crescido devido a várias questões sociais e ao discurso de ódio dos governantes. Mas penso que as meninas não foram felizes, faltou um pouco de sensibilidade para antes de classificar a música como machista analisar a letra.

Quando me ligaram pedindo autorização para a Gabi Amarantos gravar, disse: por que vocês escolheram a minha música para fazer esse desabafo? Ela não é machista, era uma leitura da minha relação com as minhas ex-mulheres. No final coloquei: você é a mulher da minha vida a minha vontade! Percebi que tinha um machismo, daí mudei para você é o sol da minha vida. Não tem gênero nenhum: pode ser uma mulher cantando para outra, uma mulher para um homem, um homem para um homem, etc. Ou seja, como que uma música que prestigia todos os gêneros pode ser machista? Então, as meninas foram infelizes e não perceberam isso.

Tem muitas mulheres chegando, inclusive você citou a Manu da Cuíca, não só intérpretes, grupos delas tocando e muito mais.

Às vezes o pessoal fala que no nosso meio só tem pontinho potinho pontinho, mas você já viveu no meio dos advogados, contabilistas, bancários? Em todos os setores tem, o machismo está em todo lugar. Nos outros segmentos de música também tem pouca mulher, então acho maior barato as mulheres estarem cantando mas têm que estar tocando também. Você pode questionar que não tem nenhuma mulher na minha banda, mas tem a Juhssara e a Alê Maria no coro. Foi algo natural devido às minhas parcerias com amigos.

Esse movimento grande tá vindo com qualidade e somando?

Acho que as mulheres estão cantando mais dentro do samba. Para tocar é preciso ter uma linhagem mais consolidada, que está chegando com uma pegada mais forte. Mas como já é tradição, as mulheres cantam muito mais que os homens. Tem muito músico que estudou muito, a questão é que muitas delas estão chegando agora e precisa de tempo para se aprofundar no instrumento. As meninas estão tocando e evoluindo bem na questão da teoria musical. Adoro ver, por exemplo, a Roberta Nistra tocando cavaquinho. No violão de seis cordas tem a Ana Costa, que amo cantando e tocando, já no pandeiro tem um monte tocando bem pra caramba, como a Jéssica Araújo. Então elas estão chegando com força, mas o forte da mulher no samba ainda é cantar, inclusive melhor que os homens.

Você já falou por aí que tem feito composições no silêncio direto no papel. Queria que você falasse mais sobre método de criação.

Compor é como garimpar, você vai ao rio, começa a entender um pouco o que ele é. Quando fiz a minha primeira achei que era a melhor de todas, hoje não consigo nem mostrar. Então para garimpar você precisa entender o curso da água, o que significa você bateiar. E começar a dividir experiências com os parceiros do seu nível, e na medida em que vai evoluindo você vai atraindo parceiros que até então seria inimaginável fazer parceria.

Por exemplo o Nelson Rufino, a primeira música que cantei no microfone foi um Samba Vazio, que o Roberto Ribeiro gravou dele. Jamais imaginaria que ele seria meu parceiro, nós compusemos vários sambas sendo que quatro deles viraram sucesso. É não parar de compor, hoje com o advento da internet você pode alcançar o seu público de uma forma muito espontânea.

Tinha uma tradição histórica de gravadora, mas os novos artistas estão explorando muito as novas ferramentas. Qual a sua opinião sobre esse novo mercado?

Eu saí um pouco das cavernas né, então não entendo muito mas tento dentro da minha inquietação. Se você não entender o mínimo não consegue nada, a comunicação mudou e a internet chegou para mudar tudo. Até nas profissões, você vê hoje um taxista com os aplicativos, então o músico precisa entender o mínimo para trabalhar. Dialogo com pessoas que entendem, pergunto bastante, trabalho com pessoas que dominam, mas é complicado. Mas no geral acho melhor hoje.

Fiz uma parceria com meu amigo Chico Alves e o Paulinho Resende e hoje de casa bebo meu vinho ou minha cachaça, e a gente vai tocando e compondo como se tivéssemos um olhando o outro. Vamos trocando, mexendo nas palavras. A internet ajuda em muita coisa, tive muita dificuldade e resisti muito, mas uso owhatsapp falado porque é muito mais dinâmico.

Numa entrevista você fala que compôs no zap com o Moacyr Luz, que é um cara mais velho também.

Fiz várias com ele, e é o maior barato compor pelo whatsapp. Posso cansar do parceiro, ir tomar um banho, voltar e continuar o papo. No botequim não tem essas coisas, dar uma ração pro cachorro, você está em casa e um espera o outro no seu tempo. Vira a madrugada, dormi e acordei, o parceiro mandou outro pedaço, é outra dinâmica: uma coisa muito mais rápida.

Foto: Marcelo Costa Braga

Quais são as temáticas que mais te encantam?

Eu e o Moacyr compusemos um samba chamado A cara do Brasil, que representa aquele brasileiro que está meio perdido e não sabe pra onde ir. Ele foi de tudo, de esquerda, direita, não sabe mais de qual lado é, a cara do Brasil, influenciado pela mídia, pelo amigo. Já foi vidraça e agora é pedra, e vice-versa. Mas tenho Devastação, que é um tema muito atual. Já esperava isso do atual governo, porque antes da eleição ele já tirava foto com os caçadores, tudo que ele prometeu está sendo feito. É muito triste, sabia que seria trágico mas não tão descarado.

O artista deve se envolver na política ou falar sobre isso nas músicas?

É direito de cada um, o Paulinho da Viola do ponto de vista artístico não ficou nem menos nem mais importante porque não fala de política. Tem o Chico e o Caetano que estão sempre botando a cara para bater, até acho que podem ser considerados mais brasileiros ou patrióticos que o Paulinho, mas ele tem o direito de ficar na dele. Prefiro errar por ter uma opinião, não dar uma de Roberto Carlos, por exemplo, que nunca se meteu desde o tempo da ditadura. É um artista com um puta alcance e podia estar se manifestando. Mas o artista tem que fazer o que está na alma, a minha é de inquietação, revolta, uma pessoa constrangida e atacada.

Tem essa coisa de estereótipos também né, que acaba influindo no seu público e mercado.

Já aconteceu comigo de dar uma declaração no Facebook e aparecer comentário de deixar de me seguir, que antes me admirava. Será que tá legal ter admiração dessa pessoa por ela pensar desta forma? Aí você liga o “foda-se”. Se ver a sua agenda de show caindo, será que não tenho o poder de fogo ainda ou uma situação financeira privilegiada para falar o que penso? O artista chegando tem essa insegurança, já apanhei muito por dar minha opinião porque sou de esquerda declarado. Tenho amigos de direita e nem por isso deixaram de ser meus amigos, mas com esse tempo de intolerância e de ataques fulminantes da internet me afastei um pouquinho.

Em relação ao mercado, quem olha de fora acha que você tem uma carreira consolidada. Você se sente numa situação financeira confortável enquanto músico profissional?

Viver de música é muito difícil, assim como um professor, que estuda muito também. Nossa profissão é como jogar futebol, tem uns que conseguem ser um Neymar e outros não. Passei por muita coisa nessa vida para construir um pouco para chamar de meu, então não é tão fácil cantar vitória porque se não continuar trabalhando minhas contas não fecham. Talvez me sinta um privilegiado, mas quando olho toda a minha luta, ter passado pelo que passei para chegar onde cheguei, é muito. Hoje sou compositor, que rala pra caramba, está nos palcos toda semana, viaja, pega avião e ônibus, dirige, pega carona.

A gente faz de tudo para os shows, mas felizes são aqueles que trabalham. Sem trabalho não tem honra. Se olhar do ponto de vista de quem está chegando, o negócio é acreditar no seu barato, não ir em modismo nem efeito dominó. Seja você, acredito que eu esteja dando certo mas o meu padrão de vida é comer e beber o que quero na hora que quero, no lugar que quero, esse é meu grande barato.

Como você vê o tratamento da mídia em relação ao samba tradicional e à cultura popular?

O samba está sempre esquecido, é o gênero que às vezes os caras precisam fazer um filme e não sei o quê vai ter um samba e botam. Hoje na favela tem funk, que é o grito legítimo do favelado. Embora não seja brasileiro genuíno, tem toda a sua estrutura norte-americana, mas é através deste tipo de música que eles podem gritar e falar da verdade e cotidiano deles. O samba cumpria este papel lá atrás, o Candeia tinha uma música que dizia: os blacks de hoje serão os sambistas de amanhã, se referindo aos black power. A linguagem da negritude através de outro tipo de música, ele já percebia algum tipo de movimento que estava vindo e antecedeu o funk.

Foto: Marcelo Costa Braga

Em relação à negritude, você evoca em algumas letras a questão da religiosidade. Existe até hoje a ligação dela com o samba?

É o afro né, que se manifesta desde Tia Ciata ali pela Praça Onze. Os baianos chegavam e traziam essa influência para dentro do samba, que ficou por muito tempo sendo o gênero que falava deste tema, das etnias, da africanidade, o povo banto. Tudo isso o samba trouxe desde a época do Estácio, nasceu ali na época de Ismael Silva e tinha essa africanidade forte demais, isso se perdeu um pouco mas depende de onde também.

Se você pega o pagode, por exemplo, hoje ele canta o amor, relacionamento e um pouco do cotidiano, mas o samba ainda traz inclusive nos novos compositores. Sempre tem algo que remete ao sincretismo africano, essa questão mística dentro do samba. O Roque Ferreira foi um grande gênio e incentivador disso, porque quando a coisa estava morrendo ele trouxe músicas maravilhosas. Tenho o privilégio de ser seu parceiro até hoje, e isso é uma coisa que faço também com o Moacyr Luz e o Chico Alves.

O Brasil é um país racista?

Muito! Nessa semana passei por uma banca e tinha uma propaganda institucional da prefeitura dizendo caçamba livre, referente à retirada de entulho, e você via uma mão branca segurando um celular e dentro um negro gari. O Lázaro Ramos e a Thaís têm uma bandeira muito linda, de que o sistema não tem que ser só eles. Se recusam a pegar papeis de empregado, mas tem aqueles que ainda estão chegando não têm muito como não aceitar o trabalho.

Como você tem avaliado o cenário político nacional na questão da cultura?

A cultura tem sofrido de forma devastadora em todos os aspectos, a perseguição a pessoas que têm opinião nunca esteve tão presente. Nem mesmo na época da ditadura, porque lá você sabia quem era o inimigo. Hoje eles estão aí escondidos e se você tem uma opinião e quer expressá-la começa a perder espaço, mas você não sabe de onde vem essa máquina que quer te travar. Hoje o cinema e o teatro, que precisavam tanto dos incentivos, estão sendo podados. Acho que a cultura de um modo geral, porque o governo atual já faz um discurso muito escancarado que é anticultura. Realmente o momento é muito difícil.

Você já se envolveu com política nalgum momento da sua vida?

Lá em Minas na época da fundação do PT era próximo a uma família muito ligada à política, mas era muito novo e não me interessava muito. Quando vim de Minas não tinha interesse, estava com o meu parceiro no ônibus e tinha um vereador do PCdoB dentro, o Edson Santos, daí fui lá conversar com ele. A minha luta é contra os empresários dos ônibus e a favor das pessoas usuárias, se eu andar de carro não verei o que está errado, então para defender uma questão tenho que estar participando de perto, me disse ele. Gostei muito e passei a ser militante do PT, não diretamente do partido.

Comecei a me interessar em política, meu amigo me emprestou uns livros, e quando me vi estava apaixonado por política dentro do movimento de esquerda. Fui filiado ao PDT no tempo de Leonel Brizola, mas com um coração dentro do PT. Mas quando o PT fez sua primeira coligação com o PMDB vi que estavam vendendo a alma. Daí comecei a conhecer o pessoal do movimento negro, dando apoio de longe. Conheci o pessoal da Juventude Rebelião, me chamavam pra cantar em todas as suas festas para arrecadar fundo para as viagens. Ali comecei a conhecer o MST e dar apoio, comecei a ter esta postura de alguém de esquerda. Pensei em me candidatar, mas acho que faço mais dentro do samba que no parlamento. Porque ser sambista já é ser político, e lá vou ficar engessado.

A Marina Iris, da nova geração, é filiada ao PSOL, mas é uma exceção porque é raro sambista se envolver nesse meio, não?

Sou filiado ao PSOL, quem escreveu o prefácio do meu livro O compositor brasileiro foi o Chico Alencar, sou amigo do Eliomar Coelho, todos eles são muito bons. Mas essa coisa de se filiar talvez seja porque os partidos não vão atrás dos artistas, né? Perguntar o que acham sobre essas coisas, se quer fazer parte disso. Acho que o partido também poderia estreitar isso.

Como você vê nosso país e a sociedade hoje?

Acho que ser militante de internet é mole, tem que ir pra fila do gás, pra frente das bombas de borracha, como já tomei duas na Lapa. Tem que estar ligado e bater de frente, já até passou da hora. Sou a favor do grito de liberdade contra essa tirania que hoje assola o país, os neopentecostais em nome de Deus matando, roubando e fazendo as coisas como fez Hitler, Mussolini e Pinochet em nome de Deus. Com todo respeito às pessoas religiosas de igrejas evangélicas sérias, as pessoas estão sendo sufocadas pelos neopentecostais que têm milicianos no meio aprendendo a bíblia para dominar esse povo sofrido. As pessoas não estão percebendo que no Congresso Nacional hoje quase a metade é de neopentecostais.

Tem também as queimadas, todo um pacto com a bancada ruralista, o agronegócio que já não está gostando tanto das merdas que o governo está fazendo. Sabem que vão perder espaço, o desastre está sendo maior do que aqueles que apoiam esse governo imaginaram.

Foto: Marcelo Costa Braga

Você pegou alguns resquícios da ditadura na abertura, tem alguma preocupação disso voltar?

Estamos vivendo uma ditadura, mas sem pau de arara. É uma ditadura que mata nas favelas e nas ruas, uma das PMs que mais mata no mundo. Os anos de chumbo voltaram de uma forma diferente, mais oficializada e institucionalizada. Agora o preto correr é tiro, bala, tem muita gente morrendo. A PM do Rio de Janeiro matou só neste ano mais de 900 pessoas. Morre também, mas quantos deles quando apreendem um fuzil não vendem para ganhar dinheiro? Não tem como a bala não voltar contra eles. Mas não é só este aspecto, temos uma polícia despreparada, que ganha pouco, não é protegida, instruída ou educada. Ela é utilizada como ferramenta de opressão, pobre matando pobre.

Não há nada acontecendo de bom, não há nenhum sinal de transformação deste cenário?

A Juventude Rebelião é um movimento de esquerda que se organiza de forma clandestina, faz política de conscientização dentro da classe estudantil. O Movimento Sem Terra, que é marginalizado por todos os donos de rádio e televisão, que também são os donos de muitas destas terras que eles ocupam. O MST não tem televisão e jornal para dizer que aquilo tudo ali é um circo, porque uma terra improdutiva tem que ser ocupada.

A mídia tem todos os instrumentos para fazer uma mentira virar verdade, e uma verdade virar mentira. Esses donos dos telejornais estão interessados em destruir um movimento que para mim é legítimo e nacionalista demais. É o maior movimento que existe, é atacado sistematicamente como os direitos humanos. Esses jornalistas sensacionalistas ficam dizendo “cadê agora os direitos humanos?”, como se fossem defesa de bandido. Não falam sobre esse tratado feito diante do mundo, eles destroem a imagem. Então o Brasil que a gente vê é isso aí.

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