Após 1901 dias preso na prisão de segurança máxima de Belmarsh no Reino Unido, Julian Assange, fundador do WikiLeaks, foi libertado nesta segunda-feira (24). Ele deixou a prisão depois de um acordo judicial com o Departamento de Justiça dos EUA, que lhe permite evitar a prisão em território norte-americano. O WikiLeaks anunciou sua saída do país logo após a divulgação de documentos judiciais.

Assange concordou em se declarar culpado de uma acusação criminal relacionada ao maior vazamento de arquivos confidenciais do governo americano, realizado pelo WikiLeaks em 2010 e 2011. Esses documentos, fornecidos pela ex-analista de inteligência do Exército Chelsea Manning, revelaram mortes de civis no Afeganistão e no Iraque, cometidas por militares dos EUA, que não haviam sido oficialmente registradas, gerando repercussão internacional.

O acordo judicial prevê uma pena de 62 meses, correspondendo ao tempo já cumprido por Assange na prisão de Belmarsh. Esse arranjo permitirá que ele retorne imediatamente à Austrália, seu país natal, após a audiência de confissão e sentença marcada para quarta-feira (26) nas Ilhas Marianas do Norte.

Assange estava preso no Reino Unido desde 2019, enfrentando um pedido de extradição dos EUA para responder por 18 acusações de espionagem, com uma pena máxima de 175 anos de prisão.

Recentemente, um tribunal do Reino Unido permitiu que Assange recorresse de sua extradição para os EUA, uma decisão vista como uma vitória significativa para o ativista. Essa decisão foi crucial para o desenvolvimento do acordo judicial que culminou na sua libertação e permissão para deixar o Reino Unido. O WikiLeaks, em uma declaração oficial, confirmou que Assange foi libertado e embarcou em um voo para fora do país.

Agora, Assange aguarda a audiência nas Ilhas Marianas do Norte, onde deve se declarar culpado e, consequentemente, ser sentenciado. Com a aprovação do acordo judicial, ele poderá retornar à Austrália, encerrando um capítulo significativo de sua longa batalha legal, que continua enquanto os EUA não retirarem as acusações, o que, para entidades de direitos humanos, é ilegal.