“Precisamos fazer uma mudança no cenário político, esses espaços tem que ser ocupados com pessoas comprometidas com a vida.”

Tereza Arapium é Cacica da Aldeia Andirá onde nasceu, é artesã, guia de turismo, ativista ambiental e agora se candidata à vereadora no Rio de Janeiro pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).

Como liderança indígena luta pelo direito à vida, da Mãe Natureza e dos seus povos. É ecossocialista e acredita numa política feita de maneira participativa, horizontal e que paute temas estruturais como o meio ambiente, a economia sustentável e a defesa dos povos originários, porque é através da sabedoria obtida na ancestralidade que se pode buscar conhecimento para desenvolver políticas públicas viáveis, sustentáveis e de baixo custo, na contramão das destruições promovidas pela falsa civilização.

Teve sua infância e juventude marcadas pela vida coletiva na floresta e pelos saberes ancestrais. “Eu vivi até os 12 anos na aldeia e vi a minha cultura ser dividida com a chegada da Igreja Católica.” Já adolescente foi morar em Santarém, cidade mais próxima da aldeia, onde se formou. Há 27 anos mudou-se para o Rio de Janeiro, cidade que a acolheu e onde exerceu a sua profissão. Mesmo passando grande parte da vida no Rio, sua origem e a vivência na floresta a influenciaram em toda a trajetória pessoal e profissional, caminho que acabou culminando na militância pelo meio ambiente e causas indígenas. Sua liderança e poder de articulação foram decisivos para que ocupasse a posição de Cacica de sua aldeia, cargo que exerce entre o Pará e Rio de Janeiro.

 

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Os esforços de Tereza na Amazônia se concentram na luta pela demarcação de terras e em manter a área livre da cobiça de madeireiros, garimpeiros e outras forças exploratórias. Também desenvolve trabalhos de confecção, distribuição e revenda de artesanato indígena junto aos seus parentes, contribuindo com a geração de renda na aldeia e difusão da cultura ancestral entre os mais jovens.

No Rio de Janeiro representa os povos indígenas junto a diversas entidades e movimentos de preservação ambiental e também participa ativamente na organização e mobilização de atos pelo meio ambiente. Recorre a estratégias que levam artivismo para chamar atenção da sociedade para as urgências representadas pelas mudanças climáticas e a natureza ameaçada pela exploração capitalista.

“Ano passado eu participei da primeira Marcha das Mulheres Indígenas em Brasília e foi decisivo pra mim ter esse empoderamento político. E hoje estou plantando a semente dos saberes originários na cidade do Rio de Janeiro para fazer um intercâmbio de cultura entre os povos da floresta e os povos da cidade.”

Sua candidatura à vereadora se consolida no desejo de mudanças profundas em relação ao quadro político. O poder como se caracteriza atualmente representa uma ameaça ao meio ambiente, aos povos da floresta e à toda humanidade. A voz indígena deve ser ouvida nos espaços de decisão, como a verdadeira reação à política exploratória, de morte e destruição, tão evidente no atual cenário nacional.

Acesse campanhaindigena.org e conheça candidaturas que estão demarcando a política no Brasil.

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