“Acenda o sol”, disse Aza Njeri (Viviane Moraes), doutora em Literaturas Africanas, pós-doutora em Filosofia Africana, pesquisadora de África e Afrodiáspora no que tange cultura, história, literatura, filosofia, teatro, artes e mulherismo africana. Ela coordena o Núcleo de Estudos Geracionais sobre Raça, Arte, Religião e História do Laboratório de História das Experiências Religiosas (UFRJ), onde desenvolve uma pesquisa voltada para estudos afroperspectivados (Noguera, 2011) sobre África e Afrodiáspora, nas áreas de Art.

Essa fala aconteceu durante um evento virtual “ O Futuro é Preto” que surgiu da ausência de pessoas pretas em um evento sobre futurismo no Brasil.

“O Afrofuturismo é a ideia de um futuro que nasce através de perspectivas negras, ou seja o futuro onde pessoas negras existem e são diretamente responsáveis pelo mundo em que vivem”, define a escritora afrofuturista Anna Gabriela Teixeira

O evento contou com autores afrofuturistas como: Ytasha Womack, Ale Santos, Aza Njeri, Fábio Kabral, Morena Mariah, Zaika dos SantosIsrael Neto, Henrique André que impactam e inspiram através de diversos conteúdos.

E essa foi a virada de chave para Andreza Rocha, CEO e fundadora da iniciativa Afroya Tech Hub que tem a missão de inserir lideres negros em grandes empresas de tecnologia.

Foto: Divulgação / Andreza Rocha

“Realizamos processos seletivos intencionais e com propósito, damos suporte a grupos de afinidade e conectamos empresas de diferentes portes à Comunidade Negra. Advogamos pela liberdade e respeito à identidade preta nos espaços corporativos”.

Andreza tem 15 anos na área RH de tecnologia em empresa nacionais e multinacionais de variados segmentos, viu muitos processos errados como por exemplo o não encaminhamento de pessoas negras à cargos, escolhas de pessoas por aparência física e falta de representatividade negra em posições estratégicas.

Foto: Divulgação / Andreza Rocha

“É constrangedor e muito difícil estar no papel de uma pessoa exclusora e excluída”, confessa Andreza que se cansou da situação e montou seu próprio HUB de inovação.

Afroya é um espaço afrofuturista que propõe criar novas narrativas de pertencimento, empoderamento e engajamento de pessoas negras e empresas que realmente querem se comprometer com a causa da diversidade racial em tecnologia.

Criar o maior pool de talentos negros do País na área de TI: esse é o primeiro grande desafio prático do Afroya. A campanha está mapeando e coletando currículos de profissionais de todos os níveis de carreira, com destaque especial para lideranças: tech leads, heads de engenharia, arquitetura, principal engineering, entre outros.

Com uma abordagem internacional, por meio de parcerias no exterior, o Afroya também busca conectar pessoas negras a oportunidades de carreira e capacitação em outros países.

O livro Comunidades, Algoritmos e Ativismos: olhares afrodiaspóricos que Andreza segura é do autor Tarcízio Silva que é  pesquisador, produtor cultural e mestre em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela UFBA; e realiza doutorado em Ciências Humanas e Sociais na UFABC, onde estuda imaginários sociotécnicos de resistência. Atualmente é Tech + Society Fellow pela Fundação Mozilla, atuando em promoção de segurança digital e defesa contra danos algorítmicos.

“É tempo de se apropriar da tecnologia, porque criar nós já criamos” e há muitos exemplos de invenções que sequer é mencionado em sala de aulas: Elevador: Alexander Miles (1887),   Microfone eletroacústico: James Edward Maceo West (1962), Semáforo: Garrett Morgan  (1923), Fogão: T. A. Carrington (1876), Guitarra: Robert F. Flemming (1886), Máquina de escrever: Burridge & Marshman (1885), Caneta: William B. Purvis; (1890), Quimioterapia: Jane Cooke Wright (1950-1960), Óculos 3D: Kenneth J. Dunkley; 7 de março de (1989), Fibra ótica. Thomas Mensah: Setembro de (1987) e mais inventores que você pode conferir aqui nesse site.

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Saiba mais sobre o lançamento

Imagem: Divulgação

Após o primeiro lançamento privativo apenas para pessoas convidadas e empresas interessadas, vem aí o primeiro evento aberto ao público: a Afroya Tech Conf: o Futuro é Preto!, em parceria com o coletivo de afrofuturismo O Futuro é Preto .

O encontro acontece no dia 25 de novembro, das 9h às 20h, e as inscrições podem ser realizadas pelo site da Sympla, neste link .

Redes sociais do Afroya, já sigam lá, povo!
Twitter: https://twitter.com/AfrOyaTech
Insta: https://instagram.com/afroyatech
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