Por Sofia Cruz para a cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube

As Olimpíadas chegaram e com isso colocou em evidência o Japão que, segundo ativistas, não passou pelas mesmas mudanças sociais de muitos países, como o casamento homoafetivo e outros direitos fundamentais relacionadas à inclusão social.

A homossexualidade é legal no Japão desde 1880, e o país é relativamente liberal se comparado a outros asiáticos, sendo o casamento homoafetivo legal apenas em Taiwan. No entanto, organizações de defesa dos direitos LGBTs defendem que a comunidade enfrenta forte discriminação no país.

A carta olímpica proíbe a discriminação, mas não existe a proteção legal no país, apenas em Tóquio que aprovou uma lei antidiscriminação três anos atrás.

A constituição japonesa promete a igualdade de direitos e é interpretada de forma a proibir discriminação por qualquer motivo. No entanto, pessoas LGBT podem sofrer violência física, sexual ou psicológica sem receber nenhuma proteção da lei.

No que diz respeito à diversidade, o país, que sedia um megaevento esportivo que se pretende plural e com a participação de atletas trans pela primeira vez, arquivou a lei que tornaria inaceitável a discriminação contra LGBTs mesmo após sete membros do Comitê de Direitos Humanos, Trabalho e Participação dos Jogos de Tóquio enviarem uma carta à presidente do Comitê Organizador, Seiko Hashimoto, solicitando reiteradamente a adoção de um ato pela igualdade no Japão para a comunidade LGBTQIA+.

Eles pediam que os organizadores promovessem a aprovação da lei nacional antidiscriminação antes das Olimpíadas, marcadas para este mês de julho. Neste mês, o projeto foi retirado pelo partido do primeiro-ministro Yoshihide Suga e oficialmente arquivado, frustrando expectativas de ativistas e aliados. Manifestações políticas também não serão permitidas durante os jogos, o que inclui referências a direitos LGBTQIA+ e ao movimento Black Lives Matter.

Texto escrito com informações de The Inside Games