Do interior de Minas Gerais para as quadras da Europa, a atleta vive o auge de sua carreira

Foto: Wander Roberto / COB

Por Carolina Firmino para cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube

Ainda não sabemos se é um superpoder, mas quem assistiu aos jogos de handebol feminino pode arriscar dizer que Bruna de Paula flutua em quadra. A velocidade com que ela corre até impulsionar o corpo para arremessar a bola causa esse efeito. Foi assim que a armadora da seleção brasileira somou sete gols contra as russas – as atuais campeãs olímpicas, e venceram a Hungria por 33 a 27.

Contra as russas, o jogo foi difícil e terminou empatado. Artilheira da primeira partida, ela fez sua estreia em Olimpíadas e mostrou que o status de melhor jogadora da Liga Europeia em 2021 não é à toa. Ela somou 68 gols marcados em 11 jogos da competição, uma média de seis por disputa. Além disso, foi eleita a MVP do campeonato.

Foto: Reprodução / Instagram

No entanto, quem vê a facilidade com que Bruna se movimenta na quadra toda, não imagina as dificuldades do início da carreira. A jovem atleta de 24 anos, natural de Campestre (MG), teve dificuldades em conseguir um dos principais instrumentos de trabalho de uma atleta de handebol: o tênis. De família humilde, a camisa dois da seleção cresceu sob a dedicação da mãe, Dona Marinalva, que trabalhava como catadora de café, e ao lado de quatro irmãs.

Sem contato com o pai desde criança, chegou a vender picolé na rua e trabalhar em uma oficina mecânica para ajudar em casa. O tênis veio. Assim como o reconhecimento de seu talento e as oportunidades para que hoje ela esteja participando do maior evento esportivo do mundo.

Bruna começou sua jornada muito cedo, aos 14 anos, quando saiu de casa para jogar em Juiz de Fora (MG). Depois, seguiu para São José dos Campos (SP). Atualmente, ela defende o Metz Handball, time francês, e está na Europa desde os 18 anos, quando recebeu sua primeira proposta para jogar fora do país. Já a primeira convocação para a seleção brasileira veio aos 19 anos. Em entrevista ao site Olimpíada Todo Dia, ela falou sobre a realização de fazer o que sempre sonhou:

“O handebol mudou totalmente a minha vida. Eu não tenho palavras para explicar. Saí de casa com 14 anos, então muita coisa do que eu aprendi e da pessoa que eu sou hoje é por causa do esporte. E eu sou muito grata por isso”, disse.

Foto: Reprodução / Instagram

Nós também estamos gratos por ver você jogar, Bruna. E Dona Marinalva está orgulhosa, não temos dúvida disso. O próximo jogo na Olimpíadas acontece nesta segunda, às 23h, contra a Hungria.

Conheça outros colunistas e suas opiniões!

Colunista NINJA

Memória, verdade e justiça

FODA

Qual a relação entre a expressão de gênero e a violência no Carnaval?

Márcio Santilli

Guerras e polarização política bloqueiam avanços na conferência do clima

Colunista NINJA

Vitória de Milei: é preciso compor uma nova canção

Márcio Santilli

Ponto de não retorno

Renata Souza

Abril Verde: mês dedicado a luta contra o racismo religioso

Jorgetânia Ferreira

Carta a Mani – sobre Davi, amor e patriarcado

Moara Saboia

Na defesa das estatais: A Luta pela Soberania Popular em Minas Gerais

Dríade Aguiar

'Rivais' mostra que tênis a três é bom

Andréia de Jesus

PEC das drogas aprofunda racismo e violência contra juventude negra

André Menezes

“O que me move são as utopias”, diz a multiartista Elisa Lucinda

Ivana Bentes

O gosto do vivo e as vidas marrons no filme “A paixão segundo G.H.”

Márcio Santilli

Agência nacional de resolução fundiária

Márcio Santilli

Mineradora estrangeira força a barra com o povo indígena Mura

Jade Beatriz

Combater o Cyberbullyng: esforços coletivos