Feminista, artesã e ativista internacional, Watatakalu Yawapiti (@watatakalu) é atual coordenadora do projeto ATIX-MULHER, desenvolvido dentro das terras do Xingu.

Seu destino, desde o princípio, era ser uma liderança. Isso porque sua trajetória de luta começa na aldeia, ainda criança, como filha do cacique Pirakumã, e da pajé Iamony Mehinako. Aos 15 anos, um arranjo político na aldeia fez com que Watatakalu se casasse sem ser avisada.

Por três anos, ela seguiu na união, impedindo que ele a tocasse. Assim que o homem tentou, ela se defendeu, e por isso foi mandada de volta para casa. O fim do casamento de Watatakalu foi uma esperança para tantas outras mulheres que haviam se casado de forma forçada na aldeia mas que, agora, poderiam resistir.

A partir daí, ela decidiu usar sua voz cada vez mais para a preservação da cultura e da história do seu povo, sem a contaminação das práticas machistas.

Uma de suas conquistas foi inaugurar a Casa das Mulheres, no centro da aldeia Kisêdje – contrapondo um poder masculino secular.

Em 2004, a ativista adotou uma das crianças, filhas de mãe solteira, rejeitadas pela comunidade. Mais uma vez, uma prática antes impensável começou a ser considerada e exercida por seu povo.

Watatakalu rompeu com o machismo dentro e fora da aldeia. Hoje, circula nas regiões escutando mulheres, é ativista defensora da Amazônia, cogitada como nova representante internacional dos povos originários. Além disso, ela foi a única da comitiva indígena do Xingu a ir ao Festival de Cannes, ao lado de Raoni Metuktire, para levar a voz das mulheres da Amazônia.

Viva, Watatakalu ✊