“Imigrantes venezuelanos são diariamente assediados e verbalmente agredidos pela população”, relata autora da publicação

Um vídeo que circula na web mostra uma família com crianças, incluindo um bebê de colo, viajando nos degraus de um ônibus, em uma cena de descaso e agressão. A autora da postagem afirma que se trata de imigrantes venezuelanos, em um ônibus da linha 30 de Belo Horizonte (MG), que “são diariamente assediados e verbalmente agredidos pela população”. E complementa: “São proibidos de usar os assentos e até mesmo forçados a descer do coletivo. Adultos, crianças e bebês”.

As imagens, conforme apuração do jornal belorizontino O Tempo, foram gravadas pela empregada doméstica Paola dos Santos Souza, 31, às 7h desta sexta-feira (25). Ela confirma que ataques contra refugiados venezuelanos é uma prática cotidiana nos coletivos. “São obrigados a ficar em pé ou viajar nos degraus por conta de xingamentos que ouvem de outros passageiros”.

“Essa não é a primeira vez em que acontece isso. Dia desses teve uma mulher que expulsou eles do ônibus, dizendo que eles ficam o dia inteiro na rua pedindo um real enquanto ela tem que trabalhar. E ninguém fez nada. Não adianta discutir, tem muita gente contra eles”, afirmou Paola ao O TEMPO.

A vereadora Duda Salabert respondeu à publicação agradecendo a denúncia. “Sinto-me envergonhada e indignada ao ver essas imagens. Nosso mandato buscará informações sobre essas violência que estão ocorrendo”. Na sequência, vários usuários testemunham o tratamento a que os imigrantes são submetidos e contam onde a família circula na capital mineira.

“Sempre vejo essa família perto da estação barreiro, da Valourec, ou na Sinfrônio Brochado”, responde uma usuária. “Sou de BH e vejo direto essa família pelas ruas. É claro que tem pessoas que ajudam, que doam, mas olha esse absurdo, se fossem a maioria isso não aconteceria”, relata outra mineira.

Dados da Prefeitura de Belo Horizonte mostram que, somente em 2021, mais de 150 indígenas venezuelanos chegaram à capital após uma série de maus-tratos que sofreram em outros municípios no processo de migração. Ao todo, são mais de 400 refugiados venezuelanos na região metropolitana, conforme aponta o Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR).