“O preço da nossa dor? R$ 99,90”, reclama Paulo Cruz no Instagram

Bonecos em escultura de negros escravizados acorrentados vendidos em uma loja de turismo motivou protestos nas redes. Os objetos de cerâmica foram vistos no aeroporto internacional de Salvador (BA) mas outros usuários nas redes também afirmam que podem ser encontrados em outros estabelecimentos voltados a turistas em diversas cidades do Brasil. “O preço da nossa história, genocídio e dor? R$ 99,90. Vamos lá perguntar se eles são racistas?”, protestou Paulo Cruz em sua conta no Instagram, no último domingo (6), referindo-se ao valor de venda dos bonecos.

“Eu já perdi a capacidade de me surpreender com o racismo no Brasil, mas ainda me espanto com o sadismo que encontro de vez em quando”, escreveu o professor e influencer Levi Kaique Ferreira. “Qual seria a explicação para vender esse tipo de ‘souvenir’?” Em resposta à sua postagem, uma série de outras reclamações foram feitas por usuários que apontaram racismo em outros estabelecimento, seja por venda de produtos de personagens negros estereotipados ou manutenção de pinturas ou estátuas racistas.

A loja Hangar das Artes publicou uma nota em resposta às reclamações, pedindo desculpas e afirmando que retiraram todas as peças de circulação. “Sabemos que não se apaga o que foi feito, mas reconhecemos a nossa falha e não tornaremos a repeti-la”. Em nota, a loja ainda afirma que as esculturas dos homens negros representavam a imagem do Preto Velho, espíritos que se apresentam sob arquétipo de velhos africanos que viveram nas senzalas majoritariamente como escravizados. “Erramos na forma em que as peças foram expostas e em descrevê-los apenas como escravos, apagando, de certa forma, a história que carrega”. Leia nota completa.

Paulo Cruz, que tirou a foto dos bonecos na loja e fez a denúncia em sua página, publicou uma resposta à nota da loja:

 

View this post on Instagram

 

A post shared by Paulo Cruz (@paulao_rj)