(Reprodução Insta Univaja/Tom Phillips)

 

Questionado sobre a segurança dos povos do Javari após a saída das equipes de busca, o procurador jurídico Univaja, Eliesio Marubo, constatou o que ficou explícito durante todo o processo de investigações, o abandono do Estado brasileiro para com os povos indígenas.

“É com preocupação que nós vemos a segurança da nossa região, de nós povos indígenas, após todo o reboliço que aconteceu aqui. Certamente nós vamos continuar sim abandonados pelas forças do Estado. Isso aí, como já mencionei em outros momentos, é normal, a gente vê com normalidade essa fragilidade que nós temos aqui na região e como as coisas se encaminham aqui. A gente seguirá, com certeza, abandonados aqui, como sempre foi e como sempre será. Nós faremos a nossa parte. A organização indígena tem feito a parte dela e certamente vai buscar muito mais formas de reforçar isso aqui, mas isso é papel do Estado. O Estado tem que assumir responsabilidade com essa parte do cuidado com os seus povos.”

Em nota publicada nesta noite reforçaram:

“Manifestamos nossa preocupação com a continuidade das investigações. Pelado e Dos Santos fazem parte de um grupo maior, nós sabemos. Manifestamos nossa preocupação com nossas vidas, a vida das pessoas ameaçadas (pois não era somente o Bruno Pereira), componentes do movimento indígena, quando as forças armadas e a imprensa se deslocarem de Atalaia do Norte. O que acontecerá conosco? Continuaremos vivendo sob ameaças? Precisamos aprofundar e ampliar a investigação. Precisamos de fiscalização territorial efetiva no interior da Terra Indígena Vale do Javari. Precisamos que as Bases de Proteção Etnoambiental (BAPEs) da FUNAI sejam fortalecidas”, enfatizaram.