O presidente do TSE, ministro Luiz Edson Fachin, se reuniu com grupo de advogados e juristas que atuam em defesa de Lula. Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, se reuniu com advogados na tarde desta terça-feira (26) e voltou a subir o tom em defesa da Justiça Eleitoral, reiterou ainda que os eleitos em outubro deste ano serão diplomados.

Fachin tem reagido às declarações de Jair Bolsonaro (PL) contra o sistema eleitoral e afirmou que o TSE “não está só”, pois a sociedade “não tolera o negacionismo eleitoral”. Aos presentes, disse que é preciso “obstar que um grande ocaso novamente se abata sobre o Brasil”.

O encontro foi realizado com integrantes do grupo Prerrogativas, que tem feito eventos de apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente do TSE divulgou sua fala de maneira escrita para dar total transparência ao encontro e declarou que é dever da Justiça exercitar o diálogo com as defesas técnicas “dos mais diversos candidatos”.

Fachin declarou que a Justiça Eleitoral “não se fascina pelo canto das sereias do autoritarismo” e que “não medirá esforços para coibir a violência como arma política e enfrentar a desinformação como prática do caos”.

“Fomos mostrar nossa solidariedade, nos somar aos esforços da criação do comitê de violência política e convidá-lo para participar do ato do dia 11 de agosto, a carta aos brasileiros e brasileiras”, disse o advogado Marco Aurélio Carvalho, coordenador do Prerrogativas e organizador da reunião com Fachin. “A nossa intenção era manifestar solidariedade pelos ataques que a Corte vem recebendo e que ele próprio vem recebendo. Queremos nos colocar à disposição para auxiliá-lo na defesa da democracia, das instituições e da justiça eleitoral”, afirmou Carvalho.

Outros integrantes do Prerrogativas fizeram parte da comitiva, que foi composta pelos advogados Lênio Streck, Alessandra Camarano, Gabriela Araújo, Marcelise Azevedo, Carol Proner, Kenarik Boujikian, Mauro Menezes, Michel Saliba, Daniela Teixeira, Juliano Breda e Luiz Viana.

Dos advogados presentes na audiência desta terça-feira, Fachin ouviu a proposta de aumentar os observadores internacionais nas eleições e fazer com que o TSE acompanhe inquéritos de casos de violência policial.

Carta em defesa da democracia

No dia 11 de agosto, a Faculdade de Direito da USP organiza a leitura da “Carta aos Brasileiros e Brasileiras”, no Pátio das Arcadas, no Largo de São Francisco. A presença de Fachin nos atos ainda é incerta. Na data, a Faculdade de Direito da USP se une a entidades empresariais e da sociedade civil para manifestar apoio ao TSE e à democracia. Serão dois eventos para passar a mesma mensagem: a de que diferentes setores da sociedade estão unidos em defesa da Justiça Eleitoral, da democracia e do respeito ao resultado eleitoral que for declarado pelo TSE.

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