Foto: Mídia NINJA

Foi registrado nesta sexta-feira (10) a primeira morte por Covid-19 de um trabalhador da mineradora no estado do Pará. Responsável pelos maiores crimes socioambientais da história do Brasil, os rompimentos das barragens de Mariana, em 2015, e de Brumadinho, em 2019, que mataram mais de 280 pessoas, a mineradora Vale agora coloca em risco a população nos locais onde continua operando durante a pandemia de coronavírus.

A prefeitura de Parauapebas (PA) confirmou o óbito de um homem de 42 anos que trabalhava na Usina de Beneficiamento Serra Norte, no Complexo de Carajás, sem histórico de viagem e sem comorbidades.

Integrante do Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM), Márcio Zonta aponta que a morte é resultado das ações do Governo Federal que editou a portaria (135/2020) e incluiu a mineração como atividade essencial. A determinação do Ministério de Minas e Energia (MME) foi tomada apesar das diversas denúncias feitas pelos movimentos de que a manutenção dos trabalhos da Vale iria contribuir para o aumento das contaminações comunitárias e intensificar ainda mais a proliferação do vírus.

A Vale tem mais de 55 mil funcionários que podem ser prejudicados. Em países como Canadá, Malásia ou em Moçambique a mineradora já diminuiu ou paralisou operações, mas no Brasil seguem funcionando.

Imagens do Movimento mostram que os trabalhadores da mineração continuam sendo submetidos pela empresa a aglomerações em filas de ônibus e refeitórios, o que contraria todas as orientações sanitárias tanto do Ministério da Saúde, quanto da Organização Mundial de Saúde (OMS), para evitar a disseminação de coronavírus. “Isso reforça a necessidade de imediata suspensão das atividades minerarias em todo país”, avalia o MAM.