Fotos: Mídia NINJA

Felipe Gomes, novo diretor da Galoucura

Nesse sábado em Belo Horizonte, a Galoucura – organizada do Atlético Mineiro – realizou um dia de ações sociais e protestos, sendo a primeira atividade um cortejo até o Hemominas para doação coletiva de sangue.

Durante a noite a Galoucura ofereceu uma ceia de natal aos moradores da Paulo Freire, uma das ocupações do MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas) na região do Barreiro. Em um ambiente de celebração e protesto, Galoucura e MLB se manifestaram contra a possibilidade de Ronaldinho Gaúcho, ídolo da torcida do Galo, se aliar ao fascismo ao lado de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018.

Priscila Souza, do movimento feminino da Galoucura

Segundo Priscila Sousa, do movimento feminino da Galoucura na região noroeste, todas as regionais realizam ações sociais pelo menos uma vez por mês. “Esse trabalho mostra outro lado das torcidas, e que lugar de mulher é onde ela quiser, seja no estádio, na cozinha ou na presidência”.

A ceia de natal na ocupação Paulo Freire faz parte da campanha Natal Sem Fome e Sem Miséria, produzida pelo MLB. Leonardo Péricles, integrante do movimento, afirma que o intuito é denunciar a fome no Brasil. “Temos pessoas passando fome e a riqueza produzida no Brasil daria pra alimentar 7 vezes toda a população”.

O clima durante a ceia era da revelação de uma profunda transformação na torcida, que tem base nas periferias e favelas, e encara o preconceito cotidianamente. “Sempre tive vontade de ajudar ao próximo, hoje sou educador dentro da torcida. Tudo que aprendi na área social foi la dentro”, revela Felipe Gomes, morador do aglomerado da Serra e um dos novos diretores da torcida.

“A energia que a gente gastava em coisas improdutivas, agora estamos investindo na luta social, anti sistema, a luta pelo povo”, pronunciou Nariz, integrante da Galoucura em tom de agradecimento à Ocupação Paulo Freire.