Premiados foram revelados neste sábado (13)

Foto: Divulgação

Por Alexandre Cunha

O documentário “Tesouro Natterer”, dirigido por Renato Barbieri, se consagrou o vencedor da competição brasileira de longas do festival É Tudo Verdade 2024. O prêmio foi anunciado – e entregue – na noite deste sábado (13) pela organização do evento. Já na competição internacional, o vitorioso foi o longa “Cento e Quatro”, do alemão Jonathan Shornig, que acompanha brigadistas durante o resgate de imigrantes que tentam atravessar o mar Mediterrâneo em barcos. 

“Tesouro Natterer” acompanha a história de uma monumental coleção, cujos objetos foram reunidos pelo naturalista austríaco Johann Natterer, no século XIX. Natterer veio ao Brasil durante a Expedição Austríaca, em 1817, que acompanhou a então Arquiduquesa Leopoldina, futura Imperatriz. Ao longo de 18 anos no país, o pesquisador empreendeu inúmeras viagens para efetuar estudos sobre a natureza e os povos do nascente império.

O filme traz a relevante hipótese da repatriação de mais 2.300 objetos da coleção, pertencentes a 68 povos originários. Os 90 que o país possuía, presente de Natterer ao imperador Dom Pedro II, foram destruídos no incêndio do Museu Nacional em 2018. Por ter saído com o primeiro lugar na disputa, o filme de Barbieri conquistou um prêmio de R$ 20 mil.

Na categoria de curta-metragem brasileiro, o vencedor foi “As Placas São Invisíveis”, dirigido por Gabrielle Ferreira. O filme retrata a jornada de cinco estudantes negras na Universidade de São Paulo durante o ano de 2015, um período marcado por intensos debates sobre a implementação de cotas raciais nas instituições de ensino superior.

Entre as produções estrangeiras, o prêmio de melhor curta foi para o costarriquenho “Só a Lua Entenderá”, de Kim Torres. A obra mescla elementos fantásticos e de ficção científica para abordar a infância e o envelhecimento.

Veja a lista completa de vencedores do 29º É Tudo Verdade:

Melhor Longa ou Média-metragem brasileiro

“Tesouro Natterer”, de Renato Barbieri

Melhor Curta-metragem brasileiro

“As Placas São Invisíveis”, de Gabrielle Ferreira

Menção honrosa – Curta-metragem brasileiro

“Aguyjevete Avaxi’i”, de Kerexu Martim 

Melhor Longa ou Média-metragem internacional

“Cento e Quatro”, de Jonathan Schornig 

Menção honrosa – Longa ou média-metragem internacional

“Diários da Caixa Preta”, de Shiori Ito

“Zinzindurrunkarratz”, de Oskar Alegria

Melhor curta-metragem internacional

“Só a Lua Entenderá”, de Kim Torres

Menção honrosa – Curta-metragem internacional

“Como Agradar”, de Elina Talvensaari

“Parentesco Indesejado”, de Pavel Mozhar

Prêmio Canal Brasil de Curtas

“A Edição do Nordeste”, de Pedro Fiuza

Prêmio EDT, da Associação de Profissionais de Edição Audiovisual, para melhor montagem

“Utopia Muda”, de Julio Matos, com montagem de Lucas Lazarini e Julio Matos (curta)

“Fernanda Young -Foge-me ao Controle”, de Susanna Lira, com montagem de Ítalo Rocha (longa)

Prêmio Mistika

“As Placas São Invisíveis”, de Gabrielle Ferreira

Texto produzido em cobertura colaborativa da Cine NINJA – Festival É Tudo Verdade 2024