Foto: Stefani Girassol

O Instituto Federal Fluminense – IFF – realizou um debate sobre a Reforma da Previdência na última segunda-feira, 6, com a participação de Talíria Petrone, deputada federal pelo Psol/RJ, Marcos Vieira, assistente social e Germano Godoy, contador, em Campos dos Goytacazes, interior do Rio de Janeiro.

Um dos pontos altos do debate foram as causas e efeitos da aprovação da reforma proposta pelo governo de Bolsonaro. E quem mais sofrerá com isto são as mulheres e, principalmente, as mulheres negras.

Talíria pontuou que 46% da população negra é trabalhadora informal, ou seja, nunca vai contribuir 20 anos e vai cair no BCP (Benefício da prestação Continuada) de 400 reais. “Não dá para aceitar uma política de austeridade como solução para resolver o tal défict, resolver o problema econômico, porque isto reproduz uma lógica escravocrata, isto reproduz uma lógica de um Brasil colonial que não se encerrou.”

Foto: Stefani Girassol

Marcos Vieira reforçou a fala de Talíria e também indicou que quem iria sofrer mais com a reforma da previdência seriam as mulheres, pobres e negras, e completou dizendo que é preciso uma reforma de previdência em algum momento, mas não da forma que está sendo proposta.

“As mulheres hoje são totalmente dependentes de pensões e aposentadorias. Dados mostram que mulheres não conseguem se aposentar por tempo de contribuição, por que tem que cuidar de filhos e por conta da informalidade e pela desigualdade de gênero imensa nesse país. Então elas só conseguem acessar, e muito mal, com as regras atuais a aposentadoria por idade. ”

Germano Godoy ressaltou a importância de ter muitos jovens ali presentes no debate e também que esta reforma é um ataque a classe trabalhadora e lembrou que o regime de capitalização não deu certo em outros países da América Latina como Chile e Peru.

No domingo, antes do debate na universidade, Talíria fez uma roda de conversa sobre violência contra a mulher e a cumplicidade do estado brasileiro na casa Cabrunquinhos, falando da importância das mulheres se organizarem para poder articular uma melhora no sistema deficitário que ainda temos no combate a violência contra mulher, e que é preciso sim denunciar.

Taliria também esteve já IFF para falar de educação e os cortes que o governo pretende fazer em relação as universidades. Começou falando que os educadores fazem não é doutrinação e que balburdia é a chantagem – referindo-se a fala do ministro da educação Abraham Weintraub que iniciou um processo de sufocação financeira das universidades.