Procuradoria-Geral da República apontou seis crimes que teriam sido praticados pelo governador do Rio de Janeiro desde 2017

Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil

O governador bolsonarista do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), está sendo investigado pela Polícia Federal (PF) por envolvimento em um esquema de corrupção. A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou a abertura do inquérito em novembro de 2022 e apontou seis crimes que teriam sido praticados pelo governador desde 2017, incluindo organização criminosa, fraude em licitações, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e peculato.

Embora Cláudio Castro e Flávio Chadud, empresário envolvido no esquema, neguem as acusações, a assessoria do governador afirmou que ele não está sendo denunciado ou indiciado pelo Ministério Público, já que não foi encontrado nenhum elemento capaz de vincular a ele qualquer irregularidade, como publicou o blog da Andréia Sadi, no G1.

O processo criminal da Operação Catarata, que investiga um esquema de corrupção na Fundação Leão XIII, foi encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) após um dos réus fechar acordo de delação premiada e fazer acusações contra o governador.

O delator, Marcus Vinícius Azevedo da Silva, afirmou que ajudou a financiar a campanha de Cláudio Castro a vereador em 2016 e depois virou assessor dele na Câmara Municipal do Rio. Em seu depoimento, Marcus Vinícius afirmou que Cláudio Castro recebeu propina em contratos da Prefeitura do Rio em 2017, quando era vereador, e que o dinheiro foi desviado da Subsecretaria da Pessoa com Deficiência. Com a eleição de Wilson Witzel, Cláudio Castro assumiu o cargo de vice-governador em janeiro de 2019, e a Fundação Leão XIII passou a ser subordinada diretamente a ele.

Marcus Vinícius contou que Castro participou de um esquema de corrupção em projetos de assistência social da Leão XIII e até recebeu propina em dólar nos Estados Unidos. Ele afirmou que parte dos recursos que pagaram uma viagem de Cláudio e da família para Orlando em 2019 saiu dos cofres do programa da Leão XIII “Novo Olhar” e foi entregue diretamente a Castro em dólares. O delator também mencionou a visita que o então vice-governador fez à Servlog, empresa que tinha contratos com a Fundação Leão XIII, em julho de 2019, e disse que o dinheiro da propina foi dividido entre ele e Flávio Chadud, dono da empresa.