Parlamentar bolsonarista disse que será “impossível” cumprir a determinação, pois está fora do país “em missão oficial”

Zambelli ameaçou uma pessoa com a arma numa avenida em São Paulo às vésperas do segundo turno. Foto: Reprodução

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu um prazo de 48 horas para que a deputada federal Carla Zambelli (PL) entregue voluntariamente a pistola e munição com as quais perseguiu um homem na rua em outubro.

Mendes também suspendeu o porte de arma da parlamentar bolsonarista. Ela deve entregar os itens solicitados na Superintendência da Polícia Federal do Distrito Federal ou de São Paulo, porém afirmou à coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles, que será “impossível” cumprir a determinação, pois está fora do país “em missão oficial”.

A determinação do ministro atende ao pedido feito pela PGR (Procuradoria Geral da República) na segunda-feira (19).

Na solicitação, a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, destaca que a deputada “apontou arma de fogo” contra uma pessoa por “desavenças verbais e políticas”, situação que faz necessária a adoção de medidas cautelares que evitem a reincidência de tais atos.

Ela afirma ainda que, embora a parlamentar tenha porte de arma de fogo para defesa pessoal, a legislação não lhe autoriza “o uso ostensivo, nem adentrar ou permanecer em locais públicos ou onde haja aglomeração de pessoas”, situação constatada no caso em análise.

Relembre o caso

No dia 29 de outubro, véspera do segundo turno das eleições, Zambelli sacou uma pistola e a apontou para um homem no meio da rua em área nobre de São Paulo. Eles discutiam por motivos políticos, já que a vítima tinha posição contrária à bolsonarista.

Ela afirmou que foi xingada e empurrada, mas um vídeo mostra que ela tropeçou e caiu, sem ter sido encostada pelo rival.

Segundo testemunhas, Zambelli entrou em um estabelecimento com a arma apontada dizendo “só vou te liberar se pedir desculpa”, além de repetir “deita no chão”. Em determinado momento, o homem negro levantou as mãos para o alto, pediu desculpa e deixou o local. Zambelli teria então dito que só “não o prenderia porque hoje não é permitido”, em alusão à lei eleitoral em vigência.

Com informações da Folha de S. Paulo e Metrópoles