Foto: Lula Marques

Em uma reviravolta histórica, a segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF) acaba de determinar que o ex-juiz Sérgio Moro foi parcial nos julgamento contra Lula no caso Triplex.

Cármen Lúcia, que já tinha votado a favor do ministro Sérgio Moro, mudou seu voto e agora votou contra ele, afirmando que verificou por parte de Sérgio Moro julgamento parciais envolvendo casos do petista.

No habeas corpus ao Supremo, a defesa do ex-presidente apontou diversos fatos que comprovariam a parcialidade de Moro, como o deferimento da condução coercitiva, em março de 2016, sem prévia intimação para oitiva; autorização para interceptações telefônicas do ex-presidente, familiares e advogados antes de adotadas outras medidas investigativas; a divulgação de grampos; e a atuação durante o plantão do juiz federal Rogério Favreto para que Lula não fosse solto.

“Ao juiz cabe exercer seu papel com imparcialidade”, afirmou a ministra, citando “indícios de combinações” entre órgão acusador (MPF) e órgão julgador (Moro). Para ela, houve uma “ênfase” da Lava Jato em casos relacionados a Lula.

Os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski foram os outros dois integrantes do colegiado a votar contra o ex-juiz da Lava Jato. Os votos derrotados foram os de Kássio Nunes Marques e Edson Fachin, relator do caso.

Lula segue elegível e apto a disputar as próximas eleições presidenciais. O plenário do STF ainda vai julgar, até o início de abril, a decisão do ministro Edson Fachin que anulou as condenações impostas ao petista e determinou o envio das ações para a Justiça Federal do DF. O que a Segunda Turma analisou nesta terça-feira foi a atuação de Moro especificamente na ação do triplex.