Foram 3.551 ocorrências, o maior número registrado desde o início da série histórica, em 1996

Foto: Jorge Ferreira / Mídia NINJA

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) divulgou na terça-feira (25) que o estado registrou um número recorde de casos de estupro no primeiro trimestre de 2023, com um total de 3.551 ocorrências. Isso representa um aumento de 15,8% em comparação com o mesmo período do ano anterior e é o maior número registrado desde o início da série histórica, em 1996.

De acordo com uma análise realizada pelo Instituto Sou da Paz, os casos de estupro de vulneráveis tiveram um aumento ainda mais significativo, com um total de 2.669 registros, representando um aumento de 13,5% em relação ao ano anterior. Comparado com o mesmo período de 2019, antes da pandemia, o aumento de casos de estupro foi ainda mais alto, chegando a 16,7%.

O maior aumento foi registrado na capital: as ocorrências de estupro (em geral e de vulneráveis) aumentaram, respectivamente, 36,9% e 39,6%. Os estupros de vulneráveis compõem 76% do total dos casos de estupros registrados no primeiro trimestre de 2023 no Estado de São Paulo. É necessário que se entenda em que contexto se dá este aumento contínuo dos crimes de estupro no estado, assim como demandar da SSP-SP medidas específicas voltadas para combater este crime.

Aumento de mortes por policiais

Outro indicador que também apresentou aumento foi o de mortes cometidas por policiais, em serviço e de folga, que subiu 7,4% nos primeiros três meses de 2023, em comparação com o mesmo período do ano anterior, com 116 pessoas mortas no período. O maior aumento se deu nas mortes cometidas por policiais de folga, com um crescimento de 23,1% no estado, em relação ao primeiro trimestre de 2023.

Também é importante destacar a concentração deste aumento da letalidade na capital do estado: houve um aumento de 46,2% nas mortes cometidas por policiais em serviço na cidade de São Paulo. Ao todo, 60 pessoas foram mortas por policiais nos primeiros três meses na capital, um aumento de 36,3% em relação as 44 pessoas mortas por policiais entre janeiro e março de 2022.