Protesto contra a fome da Coalizão Negra por Direitos. Foto Elineudo Meira

A falta de políticas econômicas para combater a inflação por parte do governo Bolsonaro, está levando a população brasileira á uma situação de fome pandêmica. Matéria de Leonardo Vieceli, divulgada ontem pelo jornal Folha de São Paulo, mostra que a renda média da parcela dos 5% brasileiros mais pobres não é suficiente nem para comprar dois pratos feitos ou um quilo de carne por mês em uma grande cidade como São Paulo.

No último ano, cerca dos 10 milhões que integravam esse grupo no país tiveram o seu rendimento mensal domiciliar per capita diminuído para R$ 39 em média. Na capital paulista, um PF (prato feito) saía por R$ 23,90, em média, em outubro de 2021, segundo levantamento feito pelo Procon-SP em parceria com o Dieese. Ou seja, em uma situação hipotética, os R$ 39 da renda dos brasileiros 5% mais pobres ficariam abaixo do valor de apenas dois ‘pê-efes’: R$ 47,80.

No início desse mês, o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, divulgou que 33,1 milhões de pessoas não têm o que comer no Brasil de 2022 e mais da metade (58,7%) da população está em situação de insegurança alimentar – quando uma pessoa não tem acesso regular e permanente a alimentos

Esses números são comparáveis aos dos anos 90, quando tínhamos 32 milhões de famintos. Isso quer dizer que nós, enquanto sociedade brasileira, retrocedemos 30 anos no combate á fome.

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