Eduardo Pazuello CPI Covid Ex Ministro Saúde. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros, apresentou um documento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em que identificou serem 15 “afirmações falsas” do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. As alegações mentirosas passariam desde o uso da cloroquina, aquisição de vacinas, à crise que resultou no desabastecimento de oxigênio em Manaus, a divulgação de um aplicativo, o TrateCOV, que designava cloroquina até para crianças e grávidas. A lista é imensa.

O documento ainda aponta que o ex-ministro sustentou que decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) limitou a atuação do governo federal na pandemia. Porém, não soube listar que medidas ele foi impedido de tomar em razão da decisão do Supremo. Mentiu ainda ao dizer que o país é o quarto que mais vacina no mundo. O documento do relator aponta, porém, que quando se analisa as doses aplicadas no Brasil por 100 mil habiantes o país amarga a 57ª posição no globo.

Com os depoimentos até aqui a percepção cristalina entre senadores independentes e de oposição é:

1) o governo Bolsonaro foi negligente com a gestão da pandemia;

2) não houve planejamento adequado para adquirir vacinas;

3) o governo gastou energia defendendo tratamentos ineficazes;

4) o Ministério da Saúde não centralizou em Brasília ações de controle da pandemia;

5) há indícios de que o governo Bolsonaro preferiu apostar na “imunidade de rebanho”, onde propositalmente as ações do governo permitiram a infecção proposital pela Covid-19;

6) não houve investimento adequado em medidas de prevenção à infecção pela Covid-19.

Para senadores os elementos até aqui postos apontam que não será possível afastar as responsabilidades nem de Bolsonaro, nem de Pauzello. Fato evidenciado no “um manda e o outros obedece”, dito de forma subserviente pelo ex-ministro da Saúde.