Foto: Pedro Caldas | CUCA da UNE

Texto pela estudante NINJA Scila Brito.

Aos 32 anos, Tânia Taylor é estudante de polímeros na Faculdade de Tecnologia da Zona Leste de São Paulo. Com as ameaças à privatização das universidades públicas, a preocupação é com o futuro dela e dos filhos Pablo, de 10 anos, Dandara de 8 e a Niara que carrega em seu ventre aos cinco meses de gestação.

Para Tânia fazer parte do movimento estudantil “é importante para ensinar aos meus filhos a lutarem por seus direitos e por um futuro melhor. É importante estar aqui e passar para eles me terem como referência”, disse.

Tânia revela que no início da jornada acadêmica foi difícil, pois estava saindo de um relacionamento abusivo e enfrentou alguns percalços no meio do caminho, mas foi na faculdade que encontrou forças e recebeu apoio dos diretores, professores, colegas, além de ser apresentada à política.

“Isso me deu um suporte emocional, pessoal e amor próprio. Reencontrei o meu caminho através da emancipação e da luta que foi apresentada à mim para entender o meu lugar e o meu empoderamento enquanto mulher negra da periferia. Isso foi fundamental para o estado em que estou agora”.

Conciliar os estudos e a maternidade não tem sido uma tarefa fácil, mas Tânia fala sobre como ela e outras colegas que também estão gestantes encontraram o apoio do corpo docente e da família para dar seguimento à dupla jornada, além da possibilidade de levar os filhos às aulas. “Os professores dão a mão pra gente e agente de sente mais confiante e não desiste”, completa.

Mesmo diante da atual conjuntura, a estudante se mantém firme na luta e no desejo por melhorias na educação para os filhos. “Eu espero que a educação melhore em relação aos cortes que estamos vivendo hoje. Espero e sonho que eles tenham um futuro melhor e uma educação de qualidade”, finaliza.