Foto: Mídia NINJA

Depois de fala de Bolsonaro sobre paradeiro do pai do presidente da OAB Felipe Santa Cruz, desaparecido na ditadura, juristas afirmam que posicionamento do presidente pode ser enquadrado na lei de crimes de responsabilidade por “proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo”.

A declaração do presidente se soma a outras de cunho preconceituoso e irresponsável, como ofensas homofóbicas contra o jornalista Glenn Greenwald e comentários xenófobos contra nordestinos. “Se formos verificar as quebras de decoro de Jair Bolsonaro, ele nem mesmo teria sustentado seu mandato parlamentar”, afirmou o advogado e editor do Justificando André Zanardo em conversa com a Mídia NINJA.

“A legalidade não está mais em voga neste país, mas o clima político. O que as pessoas deveriam entender é que nossa Constituição está em suspenso, com o consentimento velado do STF, inclusive”, afirma Zanardo

Quando perguntado sobre a possibilidade de tirar Bolsonaro da presidência, afirmou: “a pergunta que fica é se tem clima para impeachment. Foi assim que eles derrubaram uma presidenta eleita, nem precisou de legalidade para isto. Improbidade administrativa por improbidade administrativa, existe todo um desmonte da participação da sociedade civil no governo, estímulo ao desmatamento e aparelhamento da máquina para proteger Sergio Moro e os filhos do presidente de possíveis crimes. Quem se importa agora com legalidade?”

Diversas personalidades e políticos que já foram apoiadores de Bolsonaro, inclusive participando da campanha nas eleições, do então presidente também se posicionaram publicamente perplexos com a declaração.

Manifestações contra a ditadura e em favor da verdade, memória e justiça também já começaram a ser agendadas pelo Brasil. Em São Paulo um ato está marcado para a próxima segunda-feira, 5 de agosto, às 18 no MASP.